Os ETFs spot de Bitcoin estão conquistando cada vez mais espaço entre os investidores estadunidenses. Só nos últimos cinco dias úteis, esses produtos já movimentaram US$ 3 bilhões em entradas, segundo o banco Standard Chartered. Enquanto isso, os ETFs de ouro enfrentaram saídas que somam US$ 1 bilhão no mesmo período.
Essa diferença de fluxo representa a maior disparidade entre os dois ativos desde a semana das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro de 2024. Para Geoffrey Kendrick, analista do Standard Chartered, o bitcoin (BTC) tem se destacado como uma proteção mais eficiente do que o ouro frente à realocação estratégica de ativos para fora dos Estados Unidos.
Um dos sinais dessa mudança é o aumento nos rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano, o que mostra uma queda na demanda por esses papéis. De acordo com Kendrick, o prêmio de prazo dos Treasuries – indicador que mede o retorno extra exigido por investidores para manter títulos de longo prazo – atingiu o nível mais alto em 12 anos.
Esse cenário também foi abordado por Michael Metcalfe, do State Street Markets, que apontou uma queda no interesse de investidores estrangeiros por títulos de 30 anos emitidos pelos EUA. Segundo ele, os fluxos semanais encerraram abril em um dos níveis mais baixos dos últimos cinco anos.
Enquanto o ouro tende a ser utilizado como escudo em crises políticas ou disputas comerciais, o BTC, por ser descentralizado, se tornou, na visão de Kendrick, uma espécie de escudo contra falhas tanto do setor privado quanto do público. Ele citou como exemplo o colapso do banco SVB em 2023 e os atuais sinais de pressão sobre os mercados de dívida pública dos EUA.
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