O bitcoin (BTC) continua sua trajetória de correção com uma queda de 4% nas últimas 24 horas, sendo negociado a US$ 54.300 no momento da escrita do artigo. No entanto, durante a madrugada, a cripto chegou a tocar a marca de US$ 52.700.
Infelizmente para os investidores de criptomoedas, essa queda não afeta apenas o BTC, mas o mercado de altcoins também. Apenas nas últimas 24 horas, US$ 267 milhões em criptos foram liquidadas, com US$ 221 milhões provenientes de posições longas.
O bitcoin lidera as liquidações, com US$ 99 milhões, seguido pelo Ethereum, com um montante de US$ 59,75 milhões.
O motivo da queda
Não há um fator isolado que tenha contribuído para a queda do BTC, mas alguns merecem ser mencionados.
Em primeiro lugar, temos os ETFs spot da criptomoeda, que registraram saídas superiores a US$ 500 milhões na última semana.
Além disso, podemos citar as preocupações com uma possível recessão após a divulgação dos dados de emprego nos Estados Unidos e as declarações de Christopher Waller, membro do Federal Reserve (Fed).
O relatório de emprego dos EUA mostrou uma desaceleração no crescimento, com a criação de 23.000 novos postos de trabalho em agosto, número inferior ao esperado.
Esse cenário provocou uma fuga dos ativos de risco, com os índices S&P 500 e Nasdaq 100 registrando quedas de 1,7% e 2,7%, respectivamente.
Outro dado econômico importante da economia norte-americana que ajudou na queda do mercado de criptomoedas foram os rendimentos dos títulos do Tesouro de dois anos, que caíram até 15 pontos base antes de se estabilizarem.
O que pensam os analistas de mercado?
De acordo com Scott Wren, chefe de estratégia do Wells Fargo Investment Institute, “a volatilidade no curto prazo é esperada diante desse cenário econômico desafiador”.
Os analistas do Citi também comentaram sobre este momento da indústria blockchain, destacando a correlação do bitcoin e das altcoins com o mercado de ações de tecnologia.
Os estrategistas do banco afirmaram que eventos macroeconômicos futuros continuarão a influenciar fortemente o desempenho das criptomoedas, mantendo-as alinhadas aos movimentos das bolsas de valores globais.
Conforme observado pelo Citi, nos últimos meses, a demanda por criptomoedas apresentou um enfraquecimento, resultando em um desempenho inferior em relação a outros ativos de risco.
Uma série de fatores tem contribuído para essa tendência, segundo os especialistas do banco. Os ETFs spot de bitcoin e Ethereum, por exemplo, registraram altas saídas líquidas de capital.
Além disso, a atividade nas blockchains Layer 1 tem mostrado sinais de desaceleração ou até estagnação.
Outro indicativo de enfraquecimento do mercado é a taxa de financiamento dos contratos futuros perpétuos, que continua em níveis baixos, apontando uma falta de apetite por apostas de alta no curto prazo.
Mas também há boas notícias
Em meio a esse cenário de baixa, as grandes stablecoins estão se saindo bem, mantendo sua capitalização de mercado estável e não perdendo o peg com o dólar americano.
Outro dado relevante é a taxa de hash do Bitcoin, que continua elevada, provando que, mesmo com a queda de preços, a criptomoeda primária é atraente para os mineradores.