O bitcoin (BTC) passou por uma correção de 4% nas últimas 24 horas, saindo de US$ 100 mil para US$ 96 mil. Como resultado da queda da criptomoeda, quase US$ 2 bilhões em posições foram liquidadas. Desse número, US$ 1,38 bilhão veio de posições compradas.
Além disso, a fragilidade do BTC atingiu as altcoins, com a liquidação do Ethereum chegando a US$ 111 milhões e os ursos agindo com força em cima de Dogecoin, Solana, XRP e PEPE.
Tá… mas o que está por trás de toda essa queda?
Para responder a essa pergunta, podemos levantar três fatores principais.
Fator 1: Detentores de longo prazo
O número de bitcoins antigos em circulação aumentou desde que o mercado entrou em um ciclo de alta, principalmente após o preço da criptomoeda ultrapassar a marca de US$ 100 mil na última semana.
Segundo os analistas da Maartunn, desde o dia 5 de dezembro, houve um grande aumento no volume de transferências de BTC por detentores de longo prazo (LTH).
Imagem: CryptoQuant
Esses investidores estão com um preço médio de compra de US$ 23,4 mil e um lucro médio de 326%. Sendo assim, é natural que, ao verem o bitcoin tão em alta, realizem vendas.
Fator 2: Computadores quânticos
Ontem, o Google anunciou o lançamento de um novo chip quântico, chamado ‘Willow’.
Hartmut Neven, fundador e líder do Google Quantum AI, afirmou que o chip é capaz de realizar tarefas em menos de cinco minutos que levariam 10 septilhões de anos para serem completadas pelos supercomputadores mais rápidos da atualidade.
Desenvolvido pela Google Quantum AI, o chip demonstrou capacidades de correção de erros, além de um aumento no número de qubits.
Com o lançamento do Willow, surgiram preocupações sobre os impactos que ele poderia ter na segurança do Bitcoin, pois o aumento da capacidade computacional poderia ser usado por criminosos para quebrar a criptografia que protege carteiras digitais e exchanges.
Um usuário da rede social X afirmou que “US$ 3,6 trilhões em criptomoedas estão, ou em breve estarão, vulneráveis a ataques de computadores quânticos“.
Além disso, AJ Manaseer, gerente de fundos de investimento, compartilhou sua teoria de que, eventualmente, o Bitcoin poderia ser hackeado, o que o tornaria sem valor.
Mas será que esses temores têm fundamento?
Kevin Rose, parceiro da True Ventures, explicou que, para comprometer a criptografia do Bitcoin, seria necessário um computador quântico com 3 milhões de qubits para realizar a descriptografia em menos de 24 horas.
Comparando, o chip Willow, apesar de um grande avanço, possui apenas 105 qubits, o que indica que ainda há um longo caminho a ser percorrido.
Fator 3: El Salvador
El Salvador foi o país pioneiro na adoção do Bitcoin como moeda de curso legal em 2021, mas essa decisão nunca agradou o FMI e agora o fundo decidiu, mais uma vez, contra-atacar.
A nação está se preparando para fechar um acordo com o FMI, que exigiria mudanças na legislação que torna o Bitcoin uma moeda de curso legal no país. O fundo exige, para a liberação de US$ 1,3 bilhão, que haja alteração na obrigatoriedade das empresas aceitarem BTC como forma de pagamento, passando de uma exigência para uma opção.
Mas nem todas as notícias são ruins
A MicroStrategy anunciou a compra de mais US$ 2,1 bilhões em BTC, com um preço médio de US$ 98.783 por unidade.
Além disso, acionistas da Amazon sugeriram que a empresa aloque 5% de seus ativos em bitcoin.
De acordo com o think tank americano National Center for Public Policy Research (NCPPR), a empresa deveria diversificar suas reservas financeiras, investindo em BTC como forma de mitigar os impactos da inflação e valorizar os interesses dos acionistas.
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