Bitcoin (BTC): Não foi fácil, mas os US$ 100 mil chegaram

Bitcoin (BTC): Não foi fácil, mas os US$ 100 mil chegaram
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Pois é… o bitcoin (BTC) chegou aos US$ 100 mil pela primeira vez. Esse é um dos momentos mais aguardados da história da criptomoeda primária e, às vezes, parece até mentira que isso aconteceu. Afinal, tivemos que passar por tantos obstáculos para chegar até aqui.

E não estou falando de casos como o da Mt. Gox, Bitfinex, NiceHash, QuadrigaCX e FTX, que, se você é das antigas do mercado do BTC, o coração acelera só de lembrar. Embora esses acontecimentos tenham feito com que o preço do bitcoin corrigisse, foi em 2024 que a emoção, de fato, chegou a mil.

ETFs e Federal Reserve

O bitcoin começou 2024 sendo cotado a US$ 44.187,14. Nessa época, a expectativa estava toda em cima dos ETFs spot da criptomoeda e da posição do Federal Reserve sobre a taxa de juros em 2024.

No final de 2023, grandes gestoras de ativos haviam solicitado ETFs spot de Bitcoin à SEC dos Estados Unidos. Embora a Comissão já tivesse negado esse produto diversas vezes, a entrada da BlackRock nesse mercado trouxe uma ponta de esperança para os investidores de BTC. Isso porque a agência reguladora não costumava negar pedidos para a maior gestora de ativos do mundo.

Antes de a SEC tomar uma decisão sobre esses fundos, era até cômico ouvir previsões como a de Plan B de que a criptomoeda primária iria chegar a US$ 100 mil ainda este ano.

Mas, após essa previsão do trader, a SEC aprovou os 10 ETFs spot de Bitcoin. Sem dúvida, o dia 11 de janeiro de 2024 vai ficar marcado na nossa história para sempre. Mesmo que o BTC não tenha começado a subir imediatamente após essa liberação, ela foi fundamental para que os US$ 100 mil fossem atingidos.

Com os ETFs, o bitcoin terminou o primeiro trimestre de 2024 acima de US$ 70 mil.

Apenas no último dia 3, US$ 769,5 milhões entraram nesses produtos. Certamente, não vai demorar muito para entradas de bilhões serem recorrentes.

E o Federal Reserve? Bom… esse daí não deu alegria no início do ano.

Halving do Bitcoin

Em 19 de abril de 2024 aconteceu o quarto halving do Bitcoin. Em resumo, esse é um acontecimento que ocorre a cada 210 mil blocos minerados, o que acontece mais ou menos de quatro em quatro anos.

O halving reduz pela metade a recompensa que os mineradores de BTC ganham por criar mais Bitcoins. Quando a criptomoeda foi criada, esses trabalhadores ganhavam 50 BTC a cada bloco, mas, após as reduções de 2012, 2016, 2020 e 2024, esse número chegou a 3,125.

E por que isso foi importante para os US$ 100 mil?

Porque foi através do último halving que sentimos um grande choque de oferta no mercado do Bitcoin. Com os ETFs da criptomoeda com um apetite enorme por BTC, e os mineradores não conseguindo cumprir essa demanda, a receita estava perfeita para uma jornada de alta, com esses fundos conseguindo sugar mais de 10 vezes a quantidade de Bitcoins criados.

Aqui é importante lembrar que o JPMorgan chegou a lançar um relatório que apontava que o BTC iria cair para US$ 42 mil após o halving, pois o evento afetaria os mineradores da criptomoeda primária. Se você está bem ligado no mercado cripto, sabe que isso não aconteceu.

Só que tinha um detalhe que o caminho de alta do bitcoin não contava.

O governo alemão

Julho chegou com o governo alemão despejando 1.300 bitcoins na Bitstamp, Coinbase e Kraken. Depois disso, ele mandou mais 1.700 BTC, US$ 99 milhões na época, para um endereço não identificado.

Seria bom se tivesse parado por aí, mas não foi bem assim. A Alemanha fez uma transferência em 8 de julho de 16.400 bitcoins para plataformas centralizadas, no valor de US$ 917 milhões. E no dia 12 do mesmo mês, o governo finalizou a venda dos seus 50 mil bitcoins.

Essas movimentações fizeram com que o BTC tivesse uma queda de 6%. No entanto, como quem ri por último, ri melhor, o governo alemão deixou de lucrar US$ 1,1 bilhão com as vendas realizadas.

Federal Reserve finalmente agiu

Setembro chegou e finalmente o Federal Reserve tomou uma atitude em relação ao mercado de juros nos EUA.

Desde 2022, as taxas de juros foram mantidas em patamares elevados, encarecendo os empréstimos para esfriar a economia e combater a inflação.

No entanto, o cenário mudou e, com a queda da inflação e uma redução nas vagas de emprego, o Fed iniciou uma nova fase de cortes nas taxas, dando esse primeiro passo com uma redução de 50 pontos-base, movimento que foi muito importante para o bitcoin voltar para US$ 60 mil.

Eleições dos EUA

Por fim, chegamos ao último elemento que faltava para alegrar o mercado de criptomoedas: eleições presidenciais nos Estados Unidos. Após a retirada de Joe Biden da corrida, de um lado tínhamos o republicano Donald Trump e, do outro, a democrata Kamala Harris.

Trump mostrou uma postura sobre a indústria blockchain totalmente diferente da observada durante seu primeiro mandato. Com uma visão mais madura, o bilionário prometeu retirar o “calcanhar de Aquiles” do meio cripto chamado Gary Gensler, tornar os EUA o novo centro do mercado do Bitcoin, fortalecer o ecossistema de mineração e ainda montar um tesouro de BTC.

Já Harris teve falas muito vagas sobre o mercado. Além de os investidores de criptomoedas terem uma predileção por políticos de direita, o não posicionamento concreto da democrata fez com que ela não agradasse boa parte da indústria blockchain. Assim, caso acontecesse de a política vencer as eleições, poderíamos esperar quedas para o BTC.

No entanto, não foi isso que aconteceu. Trump saiu como vitorioso sem grandes complicações, e o mercado reagiu muito bem, dando o “start” que faltava para os US$ 100 mil.

E agora?

Agora, só o tempo dirá. O que sabemos é que essa marca era o que faltava para nossa jornada do milhão. Falta só mais um zero. O caminho não vai ser fácil, pois situações macroeconômicas, hackers e falências vão influenciar essa trajetória, mas a gente vai chegar lá. E, se você não conseguiu entrar nesse ciclo ou não teve o desempenho que queria, saiba que estamos só no começo.

Quando o BTC bater US$ 1 milhão, assim como nós, os mais antigos falamos, você vai dizer: Eu vi isso acontecer!

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