Bitcoin cai abaixo de US$ 90 mil após tarifas de Trump e liquidações em ETFs

Bitcoin cai abaixo de US$ 90 mil após tarifas de Trump e liquidações em ETFs
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Hoje, o dia amanheceu tapando a boca de quem dizia que o bitcoin (BTC) estava muito parado. Afinal, a criptomoeda primária decidiu reagir, mas acho que não de uma forma que agradou a todos, pois, pela primeira vez em 2025, o BTC buscou os US$ 87.000. Essa é a maior queda da cripto em um período de três meses.

Imagem: CoinMarketCap 

E a situação está ainda mais feia para as altcoins. A maioria do top 10 apresenta quedas de dois dígitos.

Imagem: CoinMarketCap 

Além disso, US$ 1,36 bilhão em ordens foram liquidadas somente nas últimas 24 horas, com a grande maioria (US$ 1,26 bilhão) sendo posições longas.

No entanto, não pense que o mercado de criptomoedas é muito especial e que só ele está caindo. Com uma rápida olhada no CompaniesMarketCap, já é possível ver o mercado de ações sangrando também.

Os principais índices de ações dos Estados Unidos encerraram a segunda-feira em queda, e se você acha que os principais motivos para todos esses ursos no mercado são diferentes das tarifas do governo Donald Trump e dos ETFs, está bem enganado.

Taxas a caminho?

Em coletiva de imprensa, o político afirmou que as tarifas sobre México e Canadá serão implementadas conforme o cronograma previsto, encerrando um período de adiamento que termina na próxima semana.

A expectativa do mercado era que os dois maiores parceiros comerciais dos EUA conseguissem convencer o governo do republicano a estender o prazo para a imposição de tarifas sobre mais de US$ 918 bilhões em importações americanas, abrangendo desde veículos até o setor de energia. A medida poderia impactar a economia norte-americana, com efeitos mais severos na indústria automotiva.

Em resposta, a ministra das Relações Exteriores do Canadá, Mélanie Joly, afirmou que está trabalhando para formar uma coalizão com países europeus a fim de apresentar uma resposta unificada à ameaça tarifária imposta pelo presidente dos Estados Unidos. Nesse sentido, Joly destacou a importância de essa aliança ser capaz de lidar com a imprevisibilidade de Trump.

De olho no mercado de tecnologia

No universo tech, é importante ficar atento à Nvidia, que irá divulgar dados financeiros amanhã (26). Essas informações podem não vir tão boas, pois a companhia enfrenta desafios relacionados às tarifas e à concorrência de empresas chinesas, como a DeepSeek, que desenvolvem chips de inteligência artificial a custos mais baixos.

As ações da fabricante de semicondutores caíram 3% no pregão, enquanto a Microsoft (MSFT) também registrou perdas após um relatório indicar que a empresa estaria reduzindo investimentos em centros de dados.

ETFs apresentam grandes saídas

Nesta segunda-feira, os ETFs spot de Bitcoin registraram uma retirada líquida de US$ 516 milhões, marcando o sexto dia consecutivo de resgates, de acordo com a Farside Investors. O movimento de liquidação desses fundos começou em 18 de fevereiro e, desde então, o BTC acumula uma desvalorização de 7,8%.

Imagem: Farside Investors

No período de duas semanas até 21 de fevereiro, os fundos registraram mais de US$ 1,14 bilhão em saídas líquidas, o maior volume já visto desde que os ETFs spot de Bitcoin começaram a ser negociados em janeiro de 2024.

Conforme observado por Arthur Hayes, cofundador da BitMEX, muitos dos investidores nesses ETFs, principalmente no IBIT da BlackRock, são fundos de hedge que utilizam uma estratégia conhecida como arbitragem de “basis trade”.

O método mencionado é basicamente a compra de ETFs spot de Bitcoin enquanto, simultaneamente, vende contratos futuros de BTC na CME, aproveitando a diferença entre os preços desses produtos para obter um rendimento superior ao dos títulos do Tesouro norte-americano de curto prazo.

No entanto, quando o preço do bitcoin recua, esse diferencial – conhecido como spread de base – tende a diminuir. Caso ele se reduza ao nível das taxas de retorno dos Treasuries, a vantagem da operação se perde. Isso pode levar os fundos a liquidarem suas posições nos ETFs e recomprarem os contratos vendidos na CME, desencadeando uma pressão de venda ainda maior sobre o BTC.

Leia mais: Deputados de estado dos EUA rejeitam projeto para tornar bitcoin ativo de reserva pública

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