Bitcoin em queda: descubra os motivos e até onde a correção pode chegar

Bitcoin em queda: descubra os motivos e até onde a correção pode chegar
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O preço do bitcoin (BTC) caiu abaixo de US$ 100 mil no fim de semana e continua em baixa nesta segunda-feira, com a criptomoeda primária na faixa de US$ 95 mil.

A pressão vendedora sobre o BTC já se desenhava há duas semanas, desde que a cripto não conseguiu superar a resistência de US$ 108 mil em 20 de janeiro.

Esse tipo de movimento é um indicativo de falta de força compradora para impulsionar uma nova alta, levando o preço a buscar níveis de liquidez mais baixos, como observado agora.

Tensões comerciais

Sem dúvida, o cenário econômico segue afetando o meio cripto, dessa vez com as incertezas em torno de uma potencial guerra comercial entre os Estados Unidos e alguns de seus principais parceiros: Canadá, México e China.

O governo dos EUA implementou tarifas de 25% sobre produtos importados do Canadá e do México, além de um imposto de 10% sobre bens chineses.

Em resposta, o Canadá impôs tarifas de 25% sobre 155 bilhões de dólares canadenses em produtos norte-americanos, enquanto o México anunciou medidas semelhantes, embora sem detalhes específicos até o momento. Já a China confirmou que pretende aplicar tarifas sobre mercadorias dos Estados Unidos.

No entanto, é preciso destacar que o bitcoin não depende da cadeia de suprimentos dos EUA para existir. Sendo assim, embora a rodada inicial de tarifas tenha causado impacto no mercado cripto, ela não deve afetar o BTC no longo prazo.

IA chinesa

James Butterfill, chefe de pesquisa da CoinShares, apontou que o sentimento do mercado de criptomoedas variou ao longo da semana, influenciado pelo desempenho da DeepSeek, empresa chinesa de inteligência artificial (IA), cujo modelo open-source R1 superou o ChatGPT da OpenAI.

O crescimento do app da DeepSeek ao topo do ranking da App Store gerou incertezas sobre seu impacto nas grandes empresas de tecnologia dos Estados Unidos, como a Nvidia. Essa preocupação resultou em um início de semana negativo para os produtos cripto, com uma saída de US$ 530 milhões.

Bitcoin pode cair para US$ 80 mil, mas isso não é ruim

Apesar do clima pesado do mercado, o trader Peter Brandt trouxe uma visão diferente. Para ele, mesmo que o bitcoin recue para abaixo de US$ 80 mil, isso não significaria necessariamente o fim do ciclo de alta.

Segundo o analista, eventos como esse são comuns em períodos de grande euforia e incerteza, e ainda é cedo para determinar se o mercado entrou em uma tendência de baixa.

Brandt aponta que existe uma lacuna nos contratos futuros de Bitcoin da CME, em torno de US$ 75 mil, que permanece aberta desde novembro do ano passado. Caso o preço encontre suporte nesse nível e retome sua trajetória no universo dos touros, as projeções otimistas ainda podem se sustentar.

Alguma notícia boa?

Na verdade, sim! Os produtos negociados em bolsa de criptomoedas registraram sua quarta semana consecutiva de entradas de capital, movimentando US$ 527 milhões na última semana, de acordo com a CoinShares.

Segundo o relatório da empresa, os ETPs cripto acumularam US$ 44 bilhões em entradas ao longo de 2024 e US$ 5,3 bilhões desde o início do ano.

Os Estados Unidos continuam sendo o principal mercado para os ETPs de criptomoedas, com um volume de US$ 474 milhões na última semana e um acumulado de US$ 5 bilhões no ano.

Em segundo lugar aparece a Europa, com US$ 78 milhões em novas entradas, elevando o total do ano para US$ 93 milhões. Já o Canadá teve um saldo negativo de US$ 43 milhões.

Além disso, o mercado de ETFs também terminou a última semana no positivo, com destaque para o fundo IBIT, da BlackRock, que atraiu US$ 918 milhões.

XRP ganha espaço, enquanto Ethereum enfrenta dificuldades

O XRP foi a grande estrela dos institucionais no universo das altcoins, registrando US$ 15 milhões em novas entradas na última semana.

Por outro lado, o Ethereum teve uma semana ruim, encerrando o período com fluxo líquido neutro.

Também merece destaque o fato de empresas do setor blockchain continuarem atraindo investidores, com um total de US$ 160 milhões em entradas no ano.

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