O bitcoin (BTC) iniciou a semana sendo negociado a US$ 115,6 mil, acumulando uma desvalorização semanal de 3,35%.
Além disso, o preço da criptomoeda recuou para a faixa dos US$ 117 mil após testar os US$ 124 mil na semana anterior.
A região dos US$ 120 mil tem se mostrado uma barreira difícil de romper, servindo como resistência de curto prazo.
Do lado oposto, o suporte mais próximo está na zona dos US$ 112 mil, onde houve reação compradora recente.
Apesar da leve retração, o volume de negociação subiu mais de 40% nas últimas 24 horas, o que pode ser um indicativo de renovação do interesse do mercado.
No gráfico semanal, o RSI segue em 61, ainda distante da zona de sobrecompra. O movimento atual pode ser interpretado como uma pausa técnica após uma sequência de altas.
O padrão observado nos últimos dias lembra um topo duplo abaixo de US$ 124 mil, mas ainda sem confirmação de reversão.
🔍 Indicadores on-chain e sentimento do mercado
O sentimento dos investidores começou a semana no campo neutro. Depois de várias semanas com uma pegada mais otimista, o Índice de Medo e Ganância caiu de 71 para 56. Ou seja, o entusiasmo perdeu força, mas ainda não há clima de pânico.
Na prática, esse tipo de movimento costuma aparecer quando o preço para de subir com força e o mercado começa a duvidar se vem nova alta ou não.
Outro dado importante é o volume de contratos em aberto nas corretoras. Esse número está nas alturas e mostra que tem muita gente operando com alavancagem. Em outras palavras, traders estão tomando risco apostando na direção do preço e quanto mais alavancagem, maior a chance de movimentos bruscos no curto prazo.
Os juros pagos para manter essas posições (o chamado funding rate) continuam positivos, o que quer dizer que a maioria segue apostando na alta. Só que esse otimismo não está tão forte quanto nas semanas anteriores, o que combina com o freio no gráfico de preço.
Por fim, as reservas de bitcoin nas exchanges seguem caindo. Quando isso acontece, é comum que a pressão de venda diminua, pois quem manda para uma carteira costuma estar pensando no longo prazo.
📆 O que pode mexer com o Bitcoin nesta semana
Três eventos do mercado tradicional merecem atenção nesta semana e podem interferir diretamente no comportamento do bitcoin. A começar pela quarta-feira, quando será divulgada a ata da última reunião do FOMC, o comitê que define a política monetária dos Estados Unidos.
Esse documento costuma detalhar como os membros do Fed enxergam a economia e quais os próximos passos em relação aos juros. Se o texto mostrar um Fed mais inclinado a manter os juros altos por mais tempo, o mercado tende a reagir com cautela. Por outro lado, qualquer sinal de desaceleração no aperto pode animar os investidores e abrir espaço para uma nova alta no BTC.
Na quinta-feira, começa o Simpósio de Jackson Hole, que reúne lideranças econômicas do mundo todo. O evento é conhecido por movimentar os mercados com discursos que, muitas vezes, antecipam mudanças de postura nos bancos centrais.
Nesta edição, o tom do encontro deve girar em torno da inflação dos Estados Unidos, que voltou a preocupar. O número de pedidos de auxílio-desemprego no país, previsto também para quinta, pode reforçar essa leitura. Se vier acima da expectativa (227 mil), aumenta a chance de o Fed cortar os juros ainda este ano.
O ponto alto da semana acontece na sexta-feira, com o discurso de Jerome Powell. O presidente do Fed costuma usar o palco de Jackson Hole para alinhar o tom com os investidores.
🔎 O que os analistas estão dizendo
A Matrixport avalia que o bitcoin perdeu força após romper uma linha de tendência de alta e pode voltar a testar o suporte em US$ 112 mil. O relatório da empresa aponta que o movimento ainda parece contido, com a faixa entre US$ 112 mil e US$ 117 mil como zona-chave para estratégias de curto prazo.
Vincent Liu, CIO da Kronos Research, reforçou que os dados de inflação acima do esperado nos Estados Unidos têm pressionado o bitcoin e afastado o capital do mercado cripto. Para o analista, a fala do secretário do Tesouro dos EUA descartando a compra de BTC para as reservas do país também pesou no sentimento dos investidores. Liu acredita que o mercado está em compasso de espera por algum novo gatilho vindo do Fed ou do cenário macroeconômico.
Rachael Lucas, analista da BTC Markets, fez uma leitura menos negativa. Para ela, a queda recente tem mais a ver com rotação de capital do que com fuga definitiva. A especialista apontou que os ETFs spot de Bitcoin ainda mantêm fluxo institucional em níveis razoáveis, e que a zona de US$ 115 mil a US$ 112,5 mil é o suporte a ser observado.
📌 Leia também:
Google investe em mineradora de Bitcoin e ações disparam
Ganhei muito ou perdi tudo com bitcoin no Reddit
Secretário do Tesouro diz que o governo dos EUA não vai comprar bitcoin
Fique por dentro das notícias mais quentes do mercado cripto: entre no nosso canal no WhatsApp.