O ouro tem se mostrado mais estável que o bitcoin (BTC) durante quedas no mercado, segundo o analista Athanasios Psarofagis, da Bloomberg Intelligence.
Em entrevista ao programa ETF IQ, ele destacou que o metal precioso costuma segurar melhor o valor quando o S&P 500 recua, enquanto o BTC sofre mais nesses momentos.
Psarofagis explicou que, apesar de o bitcoin ser visto por muitos como uma proteção contra inflação ou crises, seu comportamento real se aproxima mais de uma proteção contra a expansão da base monetária global.
Em dias de alta, o BTC pode entregar ganhos muito superiores aos do ouro, mas, quando o mercado está no vermelho, o metal leva vantagem.
O ouro já consolidou sua função como reserva de valor, enquanto o bitcoin ainda vive um processo de construção narrativa, alternando entre “moeda”, “ativo especulativo” e “reserva de valor tecnológica”.
Enquanto essa identidade não se firmar e a base de investidores continuar altamente concentrada em perfis que buscam alta rápida, o BTC provavelmente continuará mais volátil e vulnerável em cenários de stress.
Mas é importante destacar que o ouro teve séculos para consolidar sua função como reserva de valor, enquanto o bitcoin tem pouco mais de 16 anos. Comparar a volatilidade hoje pode ser até um pouco injusto, pois o BTC ainda está em fase de adoção e isso naturalmente gera oscilações mais fortes.
Além disso, diferente do ouro, que pode ser minerado continuamente e cuja oferta aumenta com o tempo, o BTC tem um limite fixo de 21 milhões, o que o torna matematicamente mais escasso e resistente à diluição.
Já a correlação observada com o S&P 500 é fruto de um mercado ainda dominado por traders e especuladores. Com a entrada gradual de investidores de longo prazo, a correlação tende a cair, e o bitcoin passaria a reagir de forma mais independente.
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