O bitcoin (BTC) atravessa um ponto de virada importante no mercado. Outubro trouxe um forte aumento no volume spot da criptomoeda, ultrapassando US$ 300 bilhões, ao mesmo tempo em que fatores macroeconômicos e institucionais impõem um cenário de cautela.
A análise dos gráficos e dados atuais mostra um ambiente misto, onde a força estrutural do BTC permanece, mas o curto prazo inspira atenção.
🔹 Volume spot recorde e comportamento do mercado
O volume spot de bitcoin disparou após a recente correção de preço, com US$ 174 bilhões movimentados apenas na Binance.
A alta dessa métrica, combinada à queda no open interest e liquidações superiores a US$ 20 bilhões, mostra uma limpeza de alavancagem.
Com isso, o mercado se torna mais estável e preparado para movimentos consistentes. Afinal, o excesso de alavancagem vinha tornando o ambiente instável e vulnerável a liquidações em cascata.
A remoção dessas posições fracas fortalece a base de preço e dá sustentação para o próximo ciclo de alta. O padrão é típico de bull markets em consolidação, quando correções violentas eliminam o risco especulativo.
📉 Pressão das techs e influência da macroeconomia
O bitcoin continua fortemente correlacionado a ativos de risco. A queda das ações de tecnologia e o receio de uma bolha em inteligência artificial (IA) influenciaram o comportamento do mercado cripto.
O posicionamento do Federal Reserve (Fed) também pesa. Jerome Powell já mostrou que não pretende realizar novos cortes de juros em 2025, o que fortalece o dólar e atrai capital para a renda fixa.
Esse cenário limita o apetite por risco e impacta diretamente o desempenho de criptomoedas.
🏦 ETFs e comportamento institucional
Os ETFs spot de Bitcoin registraram US$ 1,9 bilhão em volume, mas com saídas líquidas de US$ 470 milhões, lideradas pelo fundo da Fidelity.
O dado mostra que parte do capital institucional está reduzindo exposição como resultado da incerteza macro.
Ainda assim, os fundos ETFs mantêm mais de 1,5 milhão de BTC sob custódia, o equivalente a 7,3% da oferta total.
A liquidez segue alta, e o movimento pode ser lido mais uma rotação estratégica do que fuga generalizada.
📈 Análise técnica

No gráfico diário, o BTC é negociado em torno de US$ 106.800, abaixo da média móvel de 200 dias, que está em US$ 109.365.
A perda dessa média é um sinal de fraqueza de curto prazo. O suporte imediato fica entre US$ 102 mil e US$ 105 mil.
Se o preço perder essa região, o próximo suporte forte aparece entre US$ 95 mil e US$ 98 mil.

No gráfico semanal, o bitcoin ainda mantém estrutura de alta. Mesmo após a retração, segue acima dos níveis de Fibonacci e do topo histórico de 2021, em US$ 69 mil.

O RSI semanal em 48 aponta perda de força compradora, mas ainda sem sinal de venda excessiva. O cenário atual representa uma fase de pausa no mercado, com margem para acumulação antes de um movimento mais definido, seja de retomada ou de nova queda.
🔹 Cenário de curto prazo
A visão predominante é de cautela. O ambiente macro continua desfavorável e o BTC rompeu médias importantes.
O suporte em US$ 102 mil será decisivo. Abaixo desse ponto, uma correção mais profunda pode ocorrer.
Por outro lado, se recuperar a média de 200 dias e ultrapassar a faixa dos US$ 114 mil, pode buscar novamente a região dos US$ 120 mil.
Vale destacar que, sem catalisadores positivos no curto prazo, existe risco de teste da região de US$ 95k-98k nas próximas semanas.
🔹 Cenário de médio prazo
Após a limpeza da alavancagem e com volume spot elevado, o mercado tende a se estabilizar.
A expectativa é de consolidação entre US$ 95 mil e US$ 115 mil nos próximos meses, com potencial de retomada se o cenário macro permitir.
🔹 Cenário de longo prazo
Os fundamentos permanecem positivos. A escassez da criptomoeda, o aumento da adoção institucional e o ciclo pós-halving sustentam uma perspectiva otimista para 2026. As projeções apontam alvos entre US$ 130 mil e US$ 165 mil, com possibilidade de atingir US$ 200 mil em um cenário de forte retomada global.
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