Bitcoin perto de US$ 120 mil após onda de liquidações

Bitcoin perto de US$ 120 mil após onda de liquidações
Imagem destaque: ChatGPT

O bitcoin atingiu um novo recorde nesta sexta-feira, rompendo a barreira dos US$ 118,856.47 e provocando uma onda de liquidações no mercado de derivativos. O movimento eliminou US$ 1,11 bilhão em posições vendidas em apenas 24 horas. 

🔍 Nova máxima reacende o interesse institucional

A alta de 5,8% registrada entre quinta e sexta-feira empurrou o preço do BTC para a maior cotação de sua história, com um volume de negociação superior a US$ 81 bilhões.

A movimentação não se restringiu a traders de varejo. O avanço tem sido impulsionado principalmente por investidores institucionais, que estão retornando com força à exposição em criptomoedas.

📉 Shorts dizimados em uma das maiores liquidações do ano

A disparada do bitcoin para US$ 118 mil gerou uma das maiores liquidações do ano, com US$ 1,24 bilhão em posições encerradas em um único dia, segundo dados da Coinglass.

Do total, US$ 1,11 bilhão eram de posições vendidas, mostrando que grande parte do mercado foi pega na direção oposta do movimento. No total, 261 mil traders foram liquidados durante o rali.

A maior posição encerrada foi um short de US$ 88,5 milhões em BTC/USDT na exchange HTX. A Bybit liderou o volume de liquidações com US$ 291 milhões, seguida por HTX (US$ 133M), Gate (US$ 71,8M), OKX (US$ 54,6M) e Binance (US$ 54,5M).

📊 Ethereum, Solana e DOGE surfam a onda 

O impacto da alta do BTC se espalhou pelo mercado. O Ethereum subiu 8,5%, com liquidações de shorts somando US$ 215,2 milhões, enquanto as posições longas representaram US$ 43,4 milhões.

Solana avançou 4% e o XRP teve um salto de 8%, ambos com liquidações de vendidos muito acima das posições compradas. O DOGE, em alta de quase 11%, acumulou US$ 9,95 milhões em liquidações short.

🏆 Único do top 10 em nova máxima

Apesar do bom desempenho das altcoins, o bitcoin foi o único entre as 10 maiores criptomoedas a registrar um novo topo histórico nesta semana. Enquanto ETH, SOL e XRP subiram, nenhum deles se aproximou de seus recordes anteriores.

Fora do radar principal, outras criptos com valor de mercado acima de US$ 300 milhões também renovaram suas máximas. É o caso de Hyperliquid (HYPE), FastToken (FTN), Saros (SAROS), GHO (GHO) e BUILDon (B), que atingiram novos patamares de preço durante a semana.

📈 Alta se apoia em índices e liquidez global

Ontem, 10 de julho, o S&P 500 encerrou em 6.280,46 pontos, sua máxima histórica de fechamento, enquanto a mínima intradiária chegou a 6.290,22, outro recorde. No mesmo dia, o Nasdaq Composite também registrou novo fechamento recorde em 20.630,66, com máxima intradiária de 20.655,39.

Em Hong Kong, o índice Hang Seng subiu 0,6 % em 10 de julho, fechando em 24.028 pontos, e encerrou a semana em 24.140, acumulando alta semanal de 0,9 % . Parte dessa valorização se deve à expectativa de medidas de estímulo econômico da China e ganhos relevantes no mercado de tecnologia e imóveis.

Esse cenário de otimismo global, impulsionado por lucros extraordinários da Nvidia (que ultrapassou US$ 4 trilhões de valor de mercado), mantendo a pressão compradora em ações de tecnologia, energiza o apetite por risco. 

Com liquidez em expansão e clima favorável para ativos mais voláteis, o mercado tem canalizado fluxos para o universo cripto, contribuindo diretamente para a valorização do BTC.

🏢 Empresas listadas lideram demanda por BTC

A adoção institucional tem elevado a pressão sobre a oferta do bitcoin. Atualmente, 130 companhias públicas possuem reservas de BTC em seus balanços, totalizando US$ 87 bilhões na cripto— o equivalente a 3% da oferta total em circulação.

Entre essas empresas, a Strategy domina o ranking, com um total de 597.325 bitcoins, cujo valor hoje ultrapassa os US$ 70 bilhões.

Como segunda maior detentora pública, a mineradora MARA Holdings manteve 49.940 BTC até 30 de junho de 2025.

💼 ETFs absorvem mais do que o mercado emite

O ritmo de entrada de capital nos fundos de BTC tem ultrapassado a capacidade de criação de novos bitcoins. Só na quinta-feira, os ETFs spot da criptomoeda primária listados nos EUA receberam US$ 1,17 bilhão em aportes líquidos, o segundo maior volume diário já registrado.

A discrepância entre oferta e demanda chama atenção. Em 2025, os ETFs de Bitcoin já absorveram US$ 28,22 bilhões, enquanto os mineradores emitiram apenas US$ 7,85 bilhões em novos BTCs, segundo a Galaxy Research. 

Esse descompasso pressiona a oferta circulante, reduz a liquidez disponível nos mercados e sustenta a trajetória de valorização dos ativos.

📉 Menor fluxo de BTC para exchanges em anos desencadeia pressão compradora

A quantidade de bitcoin enviada para exchanges centralizadas caiu a níveis inéditos em pelo menos três anos. De acordo com a CryptoQuant, os fluxos diários de entrada haviam despencado para 18.000 BTC, o menor valor desde abril de 2015. Além disso, o montante acumulado em reservas nas exchanges despencou para algo em torno de 2,4 a 2,5 milhões de BTC, também o menor patamar em anos.

O volume reduzido de bitcoin em circulação nas exchanges mostra pressão vendedora significativamente menor, mesmo diante de alta histórica no preço. Esse escoamento persistente de BTC das plataformas resultou em uma estrutura de oferta mais restrita, criando condições para que novas demandas — principalmente institucionais — impactem com mais força os preços.

Com menos moedas disponíveis para venda imediata, a dinâmica favorece seguradores e holders com perfil de longo prazo, que se mantêm fora de mercado ou alocam seus ativos em custódias frias ou ETFs. Esse comportamento contribui para a escassez de oferta operacional, reforçando a trajetória de valorização do bitcoin.

🔮 Rumo aos US$ 120 mil? Analistas enxergam espaço para mais

De acordo com o analista Ryan Lee, da Bitget Research, o BTC está bem posicionado para superar os US$ 120 mil ainda em julho, impulsionado pelo desempenho sólido das exchanges, liquidez abundante e clima político favorável ao mercado cripto.

A QCP Capital também destaca o ambiente externo como propício. O avanço das ações de tecnologia e a recuperação nos preços do cobre — ativo comumente associado à saúde da economia — contribuem para o apetite por ativos considerados mais arriscados. Só na última semana, os futuros de cobre subiram 8,42%, reforçando a expectativa de retomada industrial.

Do ponto de vista técnico, o gráfico diário do BTC/USDT mostra uma sequência clara de topos e fundos ascendentes desde o início de junho, sinalizando continuidade na tendência de alta. O candle de 10 de julho fechou com forte corpo comprador e bom volume (16.94K BTC), com máxima em US$ 118.869,98 e fechamento próximo da máxima em US$ 117.705,58, o que prova convicção dos compradores.

No gráfico semanal, a estrutura de longo prazo permanece fortemente altista. O rompimento da máxima anterior, que havia sido registrada em março, foi acompanhado por um candle com alta de 7,78% na semana, encerrando em US$ 117.704,00 e com volume crescente. A ausência de resistência histórica nesse patamar abre espaço para que o preço teste US$ 120 mil nos próximos dias, principalmente se o atual nível de força compradora se mantiver.

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