O bitcoin (BTC) rompeu os US$ 120 mil e renovou seu maior preço histórico. Agora a pergunta que fica é: será esse o começo de uma nova fase ou hora de pisar no freio?
🔥 BTC atinge novo topo histórico
O bitcoin alcançou US$ 123.091,61 na manhã desta segunda-feira, 14 de julho de 2025.
A marca foi registrada após uma sequência de valorização, com alta acumulada de 12% nos últimos sete dias.
O movimento foi acompanhado por forte volume de negociações. Somente nas últimas 24 horas, essa métrica saltou 151%, somando US$ 108,01 bilhões.
Do ponto de vista técnico, o gráfico diário do BTC/USDT já mostrava força compradora desde o início de junho. A estrutura de topos e fundos ascendentes vinha se mantendo firme.
O candle de 10 de julho confirmou isso: fechou com forte corpo comprador e volume de 16.94K BTC, cravando a máxima em US$ 118.869,98. No semanal, o cenário também era favorável.
O BTC rompeu a máxima anterior — registrada em março — com um candle de 7,78% de alta e volume crescente. Sem resistência histórica acima desse patamar, já era esperado o teste da região dos US$ 120 mil.
💡 Por que o bitcoin subiu tanto?
A nova disparada do BTC tem combustível institucional. O ETF spot de Bitcoin da BlackRock, o IBIT, já acumula US$ 84 bilhões em ativos sob gestão.
O número impressiona, pois o fundo atingiu esse valor em apenas 200 dias de negociação, enquanto o ETF de ouro GLD levou 15 anos para chegar ao mesmo nível. Esse movimento pressiona ainda mais a oferta limitada da criptomoeda.
Além disso, hoje, 130 empresas listadas em bolsa possuem bitcoin no balanço. Juntas, elas somam US$ 87 bilhões em BTC — 3% da oferta total em circulação da cripto.
A MicroStrategy lidera o ranking, com 597.325 bitcoins, avaliados em US$ 70 bilhões. Em segundo lugar, a mineradora MARA Holdings detinha 49.940 BTC até o fim de junho.
Outro fator de impulso é o apetite por risco alimentado pelo apetite por corte de juros nos EUA. O mercado já projeta que a primeira redução na taxa básica pode ocorrer em setembro.
Segundo dados do CME Group, a probabilidade de corte na reunião de 30 de julho é de apenas 6,7%.
Mas para 17 de setembro, 57,2% dos contratos apostam em redução de 25 pontos-base.
Essa expectativa favorece ativos como o bitcoin, que ganham tração em ambientes de juros mais baixos.
📣 E tem mais: o clima em Washington também está jogando a favor.
A semana de 14 a 18 de julho foi oficialmente batizada de “Crypto Week” pela Câmara dos Deputados dos EUA.
Serão votados três projetos com impacto direto na indústria:
- CLARITY Act: define as atribuições entre SEC e CFTC, criando um marco legal claro para o mercado cripto.
- GENIUS Act: regula stablecoins lastreadas em dólar, com foco em proteção ao consumidor e regras para emissores.
- Anti-CBDC Surveillance State Act: proíbe o Federal Reserve de criar uma moeda digital estatal com capacidade de rastreamento direto da população.
A movimentação tem apoio da cúpula republicana e é tratada como parte da agenda econômica do governo Trump. Segundo o presidente da Câmara, Mike Johnson, os textos representam um passo para manter os EUA na liderança global da inovação.
Mesmo o anúncio de tarifas pesadas por Trump — 30% sobre importações da UE e México, e 50% sobre o Brasil — não derrubou o BTC.
🧠 O que dizem os analistas?
O rompimento dos US$ 120 mil reaqueceu as projeções de curto e médio prazo. Para Rachel Lucas, da BTC Markets, o bitcoin pode testar US$ 125 mil a US$ 128 mil nos próximos dias, caso o impulso atual se mantenha.
Jeff May, diretor da BTSE, também aposta em US$ 125 mil, mas dentro de um ou dois meses. Já o diretor comercial da OSL, Eugene Cheung, é mais ousado: vê espaço para o BTC buscar US$ 150 mil até o fim do ano.
No radar técnico, o trader Michaël van de Poppe prevê correções pontuais, mas vê o movimento de alta com força. Para ele, a jornada para US$ 150 mil no terceiro trimestre já começou.
O analista pseudônimo Capo, por outro lado, alertou para o risco de reversão, mencionando sinais de euforia e possíveis topos se formando nos mercados tradicionais.
📊 Leitura dos gráficos: o que observar agora?
No gráfico diário, o candle de hoje mostra continuidade de tendência, com fechamento acima da máxima anterior e forte volume.
A zona de US$ 123 mil a US$ 125 mil aparece como primeira faixa de resistência, seguida pela região psicológica de US$ 128 mil.
No curto prazo, o suporte imediato está na faixa de US$ 118 mil, último patamar rompido com força.
Se houver correção mais acentuada, a média móvel de 21 dias (atualmente em torno de US$ 112 mil) pode atuar como linha de defesa.
Já no gráfico semanal, a ausência de resistências históricas abre caminho para alvos maiores.
O último grande topo havia sido rompido com um candle de força, e a atual formação aponta para a possibilidade de continuação altista — desde que o volume siga consistente.
📆 Semana promete: o que pode mexer com o BTC?
A semana promete movimentar o mercado, com indicadores econômicos importantes nos Estados Unidos e novas discussões sobre tributação de criptoativos.
Na terça-feira (15), saem os dados do Índice de Preços ao Consumidor (CPI). São três divulgações no total:
- CPI mensal (esperado: 0,3%)
- CPI anual (esperado: 2,6%)
- CPI núcleo (core CPI), que exclui alimentos e energia (esperado: 0,3%)
Esses dados são decisivos para o Federal Reserve porque medem o avanço da inflação. Se a inflação vier acima do esperado, o Fed pode adiar cortes de juros. Se vier dentro ou abaixo, aumenta a expectativa de afrouxamento monetário — o que beneficia o bitcoin.
Na quarta-feira (16), o foco será duplo:
- A Câmara dos Deputados dos EUA vai realizar uma audiência sobre tributação de ativos digitais. O tema é sensível e pode abrir espaço para mudanças no modo como investidores em cripto declaram seus lucros e perdas.
- Também será divulgado o Índice de Preços ao Produtor (PPI), que mede a inflação na porta das fábricas. É um indicador antecedente, que costuma antecipar pressões inflacionárias no varejo. Expectativa: 0,3% de alta no mês.
- Por fim, sai o Beige Book — relatório do Fed com dados qualitativos sobre a economia real dos EUA. O documento traz impressões dos distritos regionais e é usado como base para decisões futuras de política monetária.
Esse é um momento de maturidade no trade. Você não precisa adivinhar o topo. Só precisa saber o que vai fazer se ele vier.
Leia mais:
Schiff despreza BTC e vira meme após recorde histórico da criptomoeda
Mais um país bane caixas eletrônicos de bitcoin
Fique por dentro das notícias mais quentes do mercado cripto: entre no nosso canal no WhatsApp.