A gestora de ativos BlackRock emitiu um alerta sobre os riscos da computação quântica em uma nova atualização do documento regulatório do seu ETF spot de Bitcoin, o iShares Bitcoin Trust (IBIT). Segundo a empresa, os avanços nessa tecnologia poderiam comprometer os algoritmos criptográficos que garantem a segurança da rede da criptomoeda primária.
O tema ganhou relevância após o lançamento do Willow, chip quântico de próxima geração da Google, anunciado em dezembro de 2024. A empresa afirmou que o dispositivo é capaz de resolver em minutos tarefas que levariam 10 septilhões de anos nos supercomputadores atuais. Pouco tempo depois, a Microsoft também anunciou seu próprio chip, o Majorana 1, focado em resolver os desafios de escalabilidade da computação quântica.
A gestora de ativos liderada por Larry Fink destacou que, caso a tecnologia avance a ponto de decifrar chaves privadas, haveria riscos para a segurança de carteiras digitais, validação de transações e a integridade da blockchain do Bitcoin.
Esta é a primeira vez que a gestora cita esse tipo de risco de forma explícita em seus documentos do IBIT. Com US$ 64 bilhões em ativos, o ETF é o maior do tipo no mercado.
Para James Seyffart, analista da Bloomberg Intelligence, é comum que os documentos regulatórios adicionem todos os riscos possíveis, mesmo os mais improváveis. Ele destacou que essas divulgações são parte do padrão exigido para qualquer ativo financeiro.
ETFs de Bitcoin batem recorde de fluxo
Enquanto isso, os ETFs spot de Bitcoin continuam atraindo investidores. Segundo a Farside Investors, desde o lançamento em janeiro de 2024, os fundos registraram entradas líquidas superiores a US$ 41 bilhões. Em 8 de maio, eles alcançaram o recorde diário de fluxo positivo com uma entrada líquida total de US$ 117,4 milhões.
Eric Balchunas, da Bloomberg, apontou que esse é o dado mais relevante, pois é difícil conquistar crescimento sustentado de fluxo líquido.
Computação quântica pode reacender bitcoins perdidos
O CEO da Tether, Paolo Ardoino, afirmou em fevereiro que a computação quântica, no futuro, permitirá o acesso a carteiras de Bitcoin inativas, recuperando ativos perdidos. Segundo ele, isso poderia colocar de volta em circulação parte dos 3,7 milhões de BTC considerados perdidos.
No entanto, Ardoino ressaltou que nem mesmo a computação quântica será capaz de alterar o limite de 21 milhões de moedas do Bitcoin. Ele acredita que ainda estamos longe de um risco real para a criptografia da maior criptomoeda do mundo.
O analista Willy Woo levantou a questão: quem terá interesse em quebrar os 3,7 milhões de BTC perdidos? Será a Google, a NSA, a China ou algum novo projeto de computação quântica? Para ele, os US$ 350 bilhões em ativos perdidos podem se tornar trilhões no futuro, o que pode acelerar os investimentos nesse tipo de tecnologia.
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