Brasil e Chile assinaram na última terça-feira (22) um Memorando de Entendimento voltado à cooperação em Inteligência Artificial (IA). O acordo foi celebrado no Palácio do Planalto, em Brasília, durante o encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Gabriel Boric, em alusão ao Dia da Amizade entre os dois países.
O documento, assinado pela ministra brasileira da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e por Aisen Etcheverry, ministra da Ciência, Tecnologia, Conhecimento e Inovação do Chile, estabelece diretrizes para o desenvolvimento conjunto de sistemas de IA que respeitem as especificidades culturais, linguísticas e sociais da região latino-americana.
O foco da parceria é criar modelos de linguagem e outras aplicações de IA que dialoguem com os idiomas, expressões culturais e desafios sociais da América Latina. A proposta busca construir um ecossistema tecnológico que seja eficiente, inclusivo e alinhado com os valores regionais.
“Essa é uma cooperação estratégica entre dois países que compartilham o compromisso com a ciência, a tecnologia e a inclusão social. O futuro da inteligência artificial será moldado pelo diálogo e pelo respeito à nossa diversidade”, afirmou a ministra Luciana Santos.
Além do desenvolvimento tecnológico em si, o memorando também prevê a formulação de políticas públicas para estimular a inovação responsável, respeitando a propriedade intelectual, os saberes tradicionais e a segurança da informação digital.
Durante a cerimônia, o presidente Lula reforçou a importância da união regional:
“Precisamos trabalhar com intensidade pela integração. Não se trata apenas de cooperação técnica, mas de fortalecer nossa soberania digital”.
Colaboração entre universidades e empresas de tecnologia
Outro ponto do acordo é o incentivo à colaboração entre universidades, centros de pesquisa, startups e empresas de tecnologia. Está previsto o intercâmbio de estudantes e pesquisadores, bem como a realização de eventos e projetos conjuntos.
A infraestrutura também será um destaque da parceria. O objetivo é fortalecer a capacidade de computação de alto desempenho dos dois países, com uso compartilhado de recursos computacionais voltados ao treinamento de modelos de IA e aplicações científicas.
“Vamos somar esforços para construir um ecossistema sólido de inteligência artificial, com base em infraestrutura compartilhada e inovação ética. É uma aposta no conhecimento como motor de desenvolvimento e na valorização da cultura latino-americana”, concluiu Luciana Santos.
Leia mais: Academia define papel da IA nas indicações ao Oscar
