Brasil enfrenta surto de gripe aviária, mas governo descarta impacto no preço do frango

Brasil enfrenta surto de gripe aviária, mas governo descarta impacto no preço do frango
Imagem destaque: ChatGPT

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou na última segunda-feira (19) que os focos de gripe aviária detectados no Rio Grande do Sul não trarão impacto no preço da carne de frango, apesar da suspensão de vendas para mais de uma dezena de países.

Segundo Fávaro, pode haver pequenas variações devido a um excesso de oferta no curto prazo, mas ele acredita em estabilidade. O Brasil é o maior exportador de carne de frango do mundo, com 5,2 milhões de toneladas vendidas em 2024 para 151 países, gerando US$ 9,9 bilhões em receitas, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

Mais de 35% da produção é exportada, com destaque para Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que concentram 78% das exportações. Os principais destinos são China, Japão, Arábia Saudita, Emirados Árabes, África do Sul, Filipinas, União Europeia, México, Iraque e Coreia do Sul.

Fávaro afirmou que, com base na experiência da doença de Newcastle em 2023, o impacto nos preços tende a ser limitado porque 70% da produção é destinada ao mercado interno. Ele destacou que, se não surgirem novos casos nos próximos 28 dias, o Brasil poderá fazer uma autodeclaração à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), buscando reverter as suspensões.

Casos em investigação e medidas de contenção

Até agora, há sete casos em investigação. Três já foram descartados (Mato Grosso, Sergipe e Ceará) e seguem em análise laboratorial suspeitas no Tocantins, Santa Catarina e um novo caso no Rio Grande do Sul. Os dois focos confirmados estão em Montenegro e no zoológico de Sapucaia do Sul, ambos no RS.

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) informou que sete países suspenderam as importações de frango brasileiro: México, Coreia do Sul, Chile, Canadá, Uruguai, Malásia e Argentina. Outros dez tiveram interrupção automática por acordos bilaterais: China, União Europeia (27 países), África do Sul, Rússia, República Dominicana, Bolívia, Peru, Marrocos, Paquistão e Sri Lanka.

Os mercados da Arábia Saudita, Emirados Árabes, Japão, Singapura e Reino Unido restringiram apenas produtos do Rio Grande do Sul ou do município de Montenegro. Nos EUA, as importações de ovos seguem normais, mas as de material genético foram suspensas.

Sistema de defesa agropecuária é elogiado

O secretário de Comércio e Relações Internacionais, Marcel Moreira, explicou que não há nenhuma unidade certificada (SIF) em um raio de 10 km dos focos, portanto o impacto seria “zero”.

Carlos Fávaro ressaltou a eficiência do sistema brasileiro de defesa agropecuária e afirmou que o país levou 19 anos para registrar casos em plantéis comerciais, apesar da circulação global do vírus desde 2006.

Carlos Goulart, secretário de Defesa Agropecuária, destacou que o Brasil é o único país com um painel público atualizado duas vezes ao dia com informações sobre os focos. Em Montenegro, 310 das 538 propriedades rurais da região já foram visitadas. Foram sacrificadas 17 mil aves, destruídos 70 mil ovos e um aviário já foi desinfectado. Outros 30 milhões de ovos enviados a outras regiões nos últimos 28 dias estão sendo rastreados e descartados.

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