Uma pressão de liquidação estimada em US$ 288 milhões ameaça os traders que apostaram contra o Bitcoin. Dados da Coinglass apontam que, se o preço ultrapassar US$ 110 mil, posições vendidas podem ser forçadas a encerrar com prejuízo.
💣 O gatilho do caos
O nível de US$ 110 mil é uma linha de disparo. Segundo a Coinglass, se o BTC ultrapassar esse preço, o impacto imediato pode gerar uma liquidação forçada equivalente a US$ 288 milhões só nas exchanges centralizadas.
Esse valor representa a soma das posições vendidas que seriam encerradas automaticamente, gerando compras forçadas de BTC para cobrir prejuízos. O efeito costuma ser explosivo: conforme os shorts são liquidados, o preço sobe ainda mais, acionando novas liquidações — o chamado short squeeze.
Mas o problema não fica restrito ao BTC. Em momentos assim, tokens com liquidez menor sofrem com variações bruscas.
Para exemplificar, em 28 de fevereiro de 2024, quando o BTC ultrapassou os US$ 60 mil, foram liquidadas posições vendidas no valor de US$ 270 milhões nas principais exchanges.
O efeito imediato foi uma alta abrupta no próprio BTC— mas SOL e AVAX, que nem estavam na movimentação, dispararam 12% em poucas horas, puxadas pela onda de compras forçadas.
Esse tipo de oscilação repentina costuma afetar negativamente quem investe em altcoins com baixa liquidez. Traders despreparados podem ser tirados do jogo por movimentos inesperados, e posições compradas podem ser liquidadas à força se o preço oscilar demais em curtos intervalos. Quando o mercado vira um campo de liquidações, não é preciso estar errado — basta estar exposto no momento errado.
🧮 O que são esses “gráficos de liquidação”?
Gráficos de liquidação, como os da Coinglass, mapeiam zonas de risco onde traders alavancados podem ser forçados a encerrar suas posições automaticamente. Eles não mostram o número exato de contratos, mas sim a intensidade relativa de liquidações potenciais em determinados níveis de preço.
Funciona assim: quando um trader opera com alavancagem e o preço vai contra sua posição, a exchange pode encerrar automaticamente o contrato — processo conhecido como liquidação — para evitar prejuízos maiores. Esses encerramentos forçados geram ondas de compra ou venda que movimentam o mercado — e o gráfico mostra onde essas ondas podem explodir.
As faixas mais claras representam os chamados “clusters de liquidação”, ou seja, pontos onde há grande concentração de ordens vulneráveis. Quando o preço atinge esses níveis, a liquidez é absorvida rapidamente e o mercado tende a reagir com força.
📊 Como ler o gráfico da Coinglass
Na imagem acima, cada faixa horizontal representa uma zona de liquidação potencial. As cores mais claras (entre o laranja e o amarelo) mostram níveis onde há concentração intensa de posições alavancadas — ou seja, áreas onde o risco de liquidação em massa é alto.
O eixo vertical mostra o preço do bitcoin, e o eixo horizontal representa o tempo. Repare que, ao se aproximar da faixa dos US$ 110 mil, a densidade dessas zonas aumenta consideravelmente, o que mostra que há muitos traders vendidos que podem ser liquidados nesse nível. O mesmo vale para a região próxima aos US$ 106 mil, onde há acúmulo de posições compradas que também podem ser encerradas à força se o preço cair.
Esses “calorímetros de liquidez” funcionam como radares de tensão: mostram onde o mercado está mais vulnerável a movimentos bruscos. Quanto mais intensa a cor, maior a chance de o preço reagir com força ao atingir aquele ponto.
🔍 Por que o 110 mil virou uma barreira crítica?
O patamar dos US$ 110 mil representa uma zona de tensão tripla.
No gráfico semanal, o preço já tentou romper esse nível duas vezes, sem sucesso.
No gráfico diário, a região já provocou reversões e consolidou como resistência.
🛡️ Como se proteger (ou aproveitar)
Se você está comprado, o pior erro agora é achar que liquidação dos outros significa lucro garantido. Squeeze não é tendência — ele explode, mas também devolve. Quem opera curto prazo deve pensar mais no tempo de entrada e saída do que no alvo final.
Já quem está vendido precisa entender o risco real: liquidação não espera confirmação de rompimento, ela dispara antes. Se você não quer sair da posição, reduza a alavancagem ou mova parte dela para estruturas com hedge automático (como opções).
Para quem quer surfar o movimento, o foco deve ser nos ativos que historicamente reagem com atraso — tokens que não são afetados de imediato, mas que pegam carona no fluxo. Oportunidades assim costumam durar poucas horas e exigem agilidade.
E por fim: evite operar com convicção em momentos que exigem agilidade. Essa combinação costuma ser a mais cara do mercado.
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