A Elastos, conhecida por seu trabalho com infraestrutura Web3, anunciou nesta quarta-feira (18) o lançamento da BTCD, stablecoin 100% garantida por bitcoin. A iniciativa faz parte do protocolo BeL2, focado em finanças descentralizadas com lastro real em BTC — e não apenas tokens sintéticos.
O projeto quer usar a cripto número um como base monetária global, criando uma alternativa descentralizada ao dólar tradicional. E tudo isso sem depender de bancos ou stablecoins fiat.
🔐 Como funciona o BTCD?
A stablecoin BTCD é cunhada diretamente com bitcoin travado na mainnet, por meio de contratos inteligentes. A conversão exige garantia entre 160% e 200% do valor emitido, evitando riscos de descolamento do peg.
Para manter o preço em US$ 1, o sistema utiliza oracles em tempo real e um mecanismo de arbitragem automatizada: se o BTCD estiver abaixo do dólar, mais BTC pode ser depositado e novos tokens gerados. Se ultrapassar, usuários podem queimar BTCD para resgatar BTC.
🏛️ Um novo Bretton Woods em código aberto?
O criador da Elastos, Rong Chen, descreveu a ideia como uma “releitura do padrão-ouro, com bitcoin no lugar do metal precioso”. Em vez de bancos centrais, a confiança recai sobre o código e incentivos econômicos.
É uma abordagem radical: sem lastro em dólar, sem conexão com Tether ou Circle, e totalmente baseada na lógica do próprio Bitcoin.
⚖️ Riscos e promessas
Stablecoins colateralizadas por cripto ainda enfrentam desafios de liquidez e volatilidade. Mas o BTCD tenta contornar isso exigindo colateral alto e atuando exclusivamente sobre a blockchain do BTC — não em sidechains ou tokens wrapped.
Caso ganhe adoção, o BTCD pode virar um padrão de reserva descentralizada, útil para contratos, pagamentos e até sistemas de crédito peer-to-peer.
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