Horas antes de entrar em vigor, o imposto digital do Canadá foi cancelado. A chamada Digital Services Tax (DST), anunciada em 2020, previa uma alíquota de 3% sobre receitas digitais acima de US$ 20 milhões geradas por usuários canadenses. O foco era atingir gigantes como Amazon, Meta, Google e Apple — todas sediadas nos EUA.
O recolhimento começaria já nesta segunda-feira (30), de forma retroativa a 2022. Mas, diante da pressão de Washington e das ameaças comerciais de Donald Trump, Ottawa voltou atrás de última hora.
💼 Pressão política e ameaça de tarifas
Na sexta-feira, Trump suspendeu abruptamente as conversas comerciais com o Canadá, classificando o imposto como “um ataque descarado à inovação americana”.
No domingo, repetiu o discurso e prometeu um novo pacote de tarifas sobre produtos canadenses, caso a situação não mudasse.
A resposta veio no mesmo dia: o ministro das Finanças do Canadá, Francois-Philippe Champagne, anunciou o envio de um projeto de lei para revogar a DST.
🤝 Trump e Carney miram novo acordo até 21 de julho
A decisão reaqueceu as negociações com os EUA, que estavam travadas. Segundo comunicado oficial, o primeiro-ministro Mark Carney e Trump se comprometeram a finalizar um novo pacto econômico em até 30 dias, após encontro no G7.
O gesto foi bem recebido por autoridades estadunidenses. “Obrigado, Canadá, por remover um imposto que seria um obstáculo para qualquer acordo com os EUA”, disse o secretário de Comércio, Howard Lutnick, em publicação na rede X.
📈 Mercado gostou — e Wall Street respondeu
Na manhã desta segunda, os futuros das bolsas dos EUA abriram em alta, puxados pelo otimismo renovado com o avanço nas tratativas comerciais.
O alívio nos mercados tem motivo: o Canadá é o maior comprador de produtos dos EUA, à frente até mesmo da China.
Em 2024, o país importou US$ 349,4 bilhões em mercadorias esadunidenses e exportou US$ 412,7 bilhões.
🧮 E a motivação original do imposto?
Na prática, o imposto mirava lacunas fiscais que beneficiavam grandes empresas digitais. O Canadá defendia uma solução multilateral — mas, diante da demora em avanços globais, decidiu agir sozinho. Agora, volta a priorizar o caminho diplomático.
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