Um casal de atores cearenses foi condenado pela Justiça a seis anos e oito meses de reclusão por aplicar golpes via Pix durante as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul entre maio e junho deste ano.
Segundo o Ministério Público (MP), Jose Aldanísio Paiva da Silva e Regina Jorge Belo da Fonseca utilizaram identidades falsas para abrir contas bancárias e desviar doações que seriam destinadas ao resgate de animais afetados pela tragédia.
A sentença, proferida pelo juiz Paulo Augusto Oliveira Irion, determinou que a pena seja cumprida em regime semiaberto. O casal foi condenado por crimes de falsificação de documento público, uso de documento falso e estelionato eletrônico.
Como tudo começou
A investigação apontou que os réus criaram diversas contas bancárias usando documentos adulterados. Por meio dessas contas, foram geradas mais de 200 chaves Pix semelhantes às utilizadas por campanhas de doações legítimas voltadas ao resgate de animais afetados pelas enchentes. O casal se aproveitava de erros de digitação dos doadores, que, ao enviarem valores para as chaves falsas, acabavam contribuindo para os criminosos.
De acordo com o depoimento dos envolvidos, o golpe resultou na arrecadação de R$ 6 mil. Durante o interrogatório, ambos confessaram os crimes e alegaram arrependimento.
As investigações começaram após denúncias feitas por duas protetoras de animais, que perceberam irregularidades nas doações destinadas às suas campanhas de resgate.
Com a quebra de sigilo bancário e telefônico, as autoridades identificaram o esquema fraudulento. Durante uma operação em Fortaleza, no dia 13 de junho, o casal foi preso em sua residência. No local, a polícia apreendeu documentos e cartões de identidade falsificados.
A operação foi parte da Força-Tarefa Cyber, criada pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), com o objetivo de combater fraudes e fake news relacionadas às enchentes no Rio Grande do Sul.
O advogado do casal, Wladimir Albuquerque D’Alva, informou que a defesa já está preparando um recurso contra a sentença. Segundo ele, há pontos que precisam ser revistos no processo e acredita que a decisão será reformada em instâncias superiores.
Fonte: GZH