No terceiro trimestre de 2024, Japão e China realizaram vendas recordes de títulos do Tesouro dos Estados Unidos.
O Japão, por exemplo, desfez-se de US$ 61,9 bilhões em dívidas do governo norte-americano, a maior venda trimestral registrada até hoje. Já a China diminuiu seus investimentos em US$ 51,3 bilhões, sua segunda maior redução na história.
Para a China, esse aperto não é novidade. Afinal, o país tem seguido uma tendência de venda de títulos americanos em seis dos últimos sete trimestres.
Como resultado, suas reservas em Treasuries caíram para menos de US$ 800 bilhões, patamar não visto em 16 anos.
Mas o que está por trás desse movimento agressivo de dois dos maiores credores estrangeiros dos Estados Unidos?
China
O Banco Popular da China (PBoC) tem se mostrado vigilante desde a vitória de Donald Trump nas eleições dos EUA, que trouxe novas ameaças de tarifas.
O governo chinês está se preparando para enfrentar desafios, com Trump prometendo uma sobretaxa de 10% sobre os produtos chineses, algo que fez com que o yuan offshore caísse, chegando a 7,26 contra o dólar.
Japão
O Japão parece estar mais preocupado com suas questões internas. Para financiar um pacote de estímulo de ¥39 trilhões (US$ 250 bilhões), voltado para ajudar as famílias e empresas japonesas a lidarem com o aumento dos custos, o país optou por reduzir seus investimentos em dívida dos Estados Unidos.