Apesar da proibição oficial sobre o comércio de criptomoedas na China, autoridades locais estão encontrando maneiras de lucrar com ativos digitais apreendidos em investigações criminais.
Segundo informações obtidas pela Reuters, governos municipais têm recorrido a empresas privadas para vender criptos em mercados estrangeiros, trocando os ativos por dinheiro vivo para reforçar os cofres públicos.
A Reuters apontou que a Jiafenxiang já teria vendido mais de 3 bilhões de yuans (US$ 414 milhões) em ativos digitais desde 2018, em nome de cidades como Xuzhou, Hua’an e Taizhou.
Criptos na China
O país asiático baniu as negociações com criptomoedas anos atrás. Na época, o governo chinês alegou preocupações com a estabilidade financeira e a fuga de capitais, além de fraudes.
Apesar dessa proibição, a fiscalização tem sido difícil para a China e crimes relacionados a criptos continuam crescendo. Golpes online, jogos de azar ilegais e lavagem de dinheiro têm ganhado destaque no país.
Até agora, isso tem sido positivo para o governo chinês, pois permitiu a apreensão de grandes quantidades de criptomoedas quando atores maliciosos são pegos.
Até o final de 2023, por exemplo, os governantes supostamente detinham 15.000 bitcoins, avaliados em US$ 1,4 bilhão na época.
No momento da escrita do artigo, a China teria 194.000 BTC, equivalente a US$ 16 bilhões.
De acordo com dados da Bitbo, essa quantidade coloca o país como o segundo maior detentor de bitcoin do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.
Segundo a Reuters, o advogado Guo Zhihao, de Shenzhen, sugeriu que o Banco Popular da China assuma a responsabilidade pela gestão das criptomoedas apreendidas.
Ele propôs que o governo chinês considere vender esses ativos no exterior em um ambiente regulado ou estabeleça uma reserva de ativos digitais.
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