No começo dos anos 2000, a internet ainda engatinhava como ferramenta visual. Você buscava uma informação, recebia um mar de textos. Mas tudo mudou quando uma cantora entrou no tapete vermelho com um vestido que ninguém conseguiu ignorar — e, ironicamente, ninguém conseguia ver online.
🔍 Ninguém queria ler sobre o vestido — todo mundo queria ver
Era fevereiro de 2000. Na premiação do Grammy, Jennifer Lopez surgiu com um vestido verde translúcido da Versace, que deixava pouco espaço para a imaginação. Foi o assunto do momento.
Milhões de pessoas, fascinadas com o visual, correram para os buscadores para encontrar uma imagem. Só que não acharam. Na época, o Google ainda não tinha uma forma eficiente de entregar imagens nos resultados. Era texto, texto e mais texto.
A busca por “Jennifer Lopez green dress” bateu recordes. Mas o que mais chamou a atenção foi o que ela escancarou: o Google não estava preparado para lidar com o desejo visual das pessoas.
👀 Um desejo coletivo que virou tecnologia
Quem confirmou essa virada foi o próprio Eric Schmidt, ex-CEO do Google. Em artigo publicado anos depois, ele explicou:
“Na época, foi a busca mais popular que já havíamos registrado. Mas não tínhamos como entregar o que as pessoas realmente queriam: a imagem da Jennifer Lopez com aquele vestido”.
O impacto foi tão grande que, no ano seguinte, o Google lançou o Google Imagens. Foi a resposta direta a um comportamento massivo de busca que só queria uma coisa: enxergar.
🖼️ Da curiosidade à transformação cultural
A criação do Google Imagens mudou a forma como lidamos com conhecimento, moda, cultura e memória. De repente, buscar passou a ser ver. A imagem virou ferramenta básica para entender o mundo, consumir informações e validar a realidade.
Hoje, parece óbvio que qualquer busca traga fotos. Mas essa obviedade nasceu de um momento de impacto cultural. Não foi um plano estratégico, nem uma previsão de mercado. Foi um vestido. E um público faminto por imagens.
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