O Congresso Nacional da Argentina autorizou a abertura de uma investigação oficial sobre o envolvimento do presidente local, Javier Milei, no escândalo relacionado à memecoin LIBRA.
O token foi lançado na blockchain Solana (SOL) e ganhou notoriedade após ser promovido publicamente por Milei, mas acabou desmoronando em questão de horas, deixando milhares de investidores no prejuízo.
Com 128 votos favoráveis, parlamentares aprovaram a criação de uma comissão especial para apurar os detalhes da ascensão e da queda abrupta do projeto.
O foco da investigação será a atuação de Milei na promoção da LIBRA, que, segundo críticos, teria sido decisiva para atrair investidores e alimentar a bolha em torno do token.
A apuração do Congresso pretende ouvir membros do alto escalão do governo, como o ministro da Economia, Luis Caputo, e o ministro da Justiça, Mariano Cúneo Libarona.
Além disso, foram aprovados pedidos de acesso a documentos do Poder Executivo e a formação de uma comissão parlamentar dedicada exclusivamente ao caso.
A curta vida da LIBRA
Em fevereiro, Milei usou seu perfil na rede social X para elogiar a altcoin, tratando-a como um movimento privado que poderia estimular a economia argentina.
A reação foi imediata: o valor de mercado do token saltou para US$ 4,5 bilhões, chamando a atenção de argentinos e investidores estrangeiros.
No entanto, a empolgação não durou muito. Em poucas horas, o valor da criptomoeda despencou mais de 90%, evaporando bilhões de dólares e deixando mais de 75 mil carteiras digitais com perdas estimadas em US$ 250 milhões.
O episódio foi classificado como um possível “rug pull”, termo usado para golpes em que os responsáveis por um projeto inflacionam artificialmente seu valor antes de retirarem os fundos e abandonarem o token.
Com a repercussão negativa, surgiram acusações de fraude e conluio criminoso envolvendo os criadores do token e figuras públicas. Inclusive, processos judiciais já foram abertos contra Milei e outros envolvidos diretamente com o projeto.