CPI das Bets: Soraya pede indiciamento de Virgínia e Deolane

A farra do “jogo do tigrinho” ganhou um novo capítulo — e desta vez, com cheiro de tribunal. O relatório final da CPI das Bets escancarou o que já era suspeito: apostar pode até dar dinheiro… mas só pra quem lucra com a perda dos outros.

Em destaque neste assunto estão Virgínia Fonseca e Deolane Bezerra, ícones do Instagram que agora encaram acusações graves.

A comissão propôs o indiciamento das duas por crimes como estelionato, lavagem de dinheiro, propaganda enganosa e até formação de organização criminosa. Nada mal para quem só queria divulgar uns joguinhos, né?

🧨 “Cachê da desgraça alheia”

Segundo a senadora Soraya Thronicke, relatora da CPI, Virgínia Fonseca teria feito acordos com plataformas de apostas para ganhar até 30% das perdas dos seus próprios seguidores.

Na prática: quanto mais gente perdia dinheiro clicando no link dela, mais ela ganhava. Tudo isso sob vídeos fofos e frases como “botei 20 reais e ganhei 4 mil”.

Em depoimento, Virgínia confirmou que usava contas falsas para simular vitórias. Um “teatrinho” com efeitos especiais e final previsível: seguidores iludidos e carteira vazia.

👀 Deolane e os bastidores nada discretos

Já Deolane Bezerra — que garante estar fora da sociedade da plataforma investigada — é acusada de ser sócia oculta da casa de apostas ZeroUm. A empresa, segundo a CPI, opera sem autorização do Ministério da Fazenda.

Mesmo assim, estampava nas redes que era tudo legal. A relatora aponta que Deolane se esconde por trás de laranjas e contratos publicitários para disfarçar sua ligação.

Essa conduta pode configurar lavagem de dinheiro, segundo o relatório.

🧠 Manipulação, vício e prejuízo coletivo

Os jogos promovidos — como o “tigrinho” — são classificados como algoritmos não auditáveis, onde o resultado pode ser manipulado. Ou seja, você joga, perde e nunca sabe se foi azar ou código malicioso.

Pior: o relatório aponta que milhões de brasileiros das classes C, D e E estão apostando até o dinheiro do Bolsa Família. Estudo do BC mostra que R$ 3 bilhões foram torrados por beneficiários em 2024.

Enquanto isso, empresas faturam alto sem pagar imposto — e influenciadores colhem comissão sobre a tragédia dos outros.

📛 CPI quer cortar o fio da bomba

O relatório de 541 páginas propõe:

Proibição total dos jogos on-line sem vínculo real;
Plataforma de auditoria nacional para fiscalizar apostas;
Restrições severas à publicidade, principalmente para menores;
E, claro, responsabilização direta de influenciadores.

“Publicidades abusivas fazem lavagem cerebral com consumidores, inclusive crianças”, afirma Soraya. Para ela, a propaganda precisa parar de vender jogo como solução mágica para falta de grana.