Em pouco mais de dois meses, James Wynn passou de um dos traders mais bem-sucedidos do universo cripto para um dos casos mais dramáticos de liquidação da história. Seu colapso, documentado em tempo real por especialistas e entusiastas da indústria blockchain, deixou lições valiosas sobre ego, risco e a ilusão de invencibilidade nos mercados alavancados.
Mas quem é James Wynn?
Conhecido como o “Baleia 40x”, Wynn conquistou fama ao transformar um capital inicial modesto em um PnL superior a US$ 80 milhões com operações de alto risco. Seu método agressivo, baseado em alavancagem extrema e aposta em memecoins, o colocou sob os holofotes. Em maio de 2025, ele abriu uma posição long de US$ 1,1 bilhão em bitcoin (BTC) com 40x de alavancagem na plataforma Hyperliquid.
No pico, essa operação lhe rendeu US$ 40 milhões. Mas, ao invés de encerrar com lucro, Wynn persistiu e saiu com um prejuízo de US$ 13,4 milhões. Daí em diante, escalou ainda mais suas apostas, acumulando posições de até US$ 570 milhões com margens de liquidação apertadas.
A grande queda
Quando o bitcoin caiu abaixo de US$ 105 mil, a carteira de Wynn, que antes valia US$ 90 milhões, foi completamente liquidada. Foram 949 BTC perdidos, no maior “wipeout” onchain registrado até hoje.
Além disso, no Cripto Twitter começou a circular que ele recebia comissões ocultas em tokens que promovia em grupos privados. Após a liquidação, a baleia vendeu em massa as memecoins PEPE e ELON, derrubando o preço dessa última em 70% e prejudicando pequenos investidores que o seguiam.
6 lições do caso Wynn
- Alavancagem não é brincadeira. Ela pode trazer ganhos rápidos, mas também multiplica perdas com a mesma velocidade. Em uma semana ruim, Wynn foi de US$ 90 milhões a zero.
- O ego cega. Vitórias passadas inflaram a confiança de Wynn, que se achava imbatível. O resultado foi um gerenciamento de risco desastroso.
- Promoção de ativos com interesses ocultos é perigosa. Shillar memecoins de baixa liquidez enquanto se desfazia delas em segredo foi um dos erros mais graves.
- Pergunte: de onde vêm os ganhos? Seu império era baseado em hype e capital emprestado. Sem fundamentos, qualquer virada de humor do mercado é letal.
- Tamanho não é sinônimo de sabedoria. Mesmo movimentando US$ 1,25 bilhão e gerando US$ 55 milhões em taxas, Wynn errou o timing e perdeu tudo.
- Não idolatre baleias. Wynn rejeitou conselhos, desafiou críticos e enganou sua audiência. O fim da história foi ruína e desconfiança.
Mesmo após ser reduzido a US$ 16, James Wynn ainda tentou um novo short de US$ 900 milhões, sustentando a narrativa de que os grandes lucros ainda estavam por vir. Seu comportamento impulsivo e a ausência de autocrítica o transformaram em um exemplo de como não operar.
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