Criptomoedas recuam apesar de dados positivos da inflação nos EUA; veja o motivo

Criptomoedas recuam apesar de dados positivos da inflação nos EUA; veja o motivo
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O mercado de criptomoedas não está indo nada bem, com o bitcoin (BTC) mantendo sua dominância e as altcoins lutando para ganhar força. Investidores aguardavam um rali das moedas alternativas, mas os movimentos institucionais e fatores macroeconômicos têm desenhado um cenário diferente.

Se, de um lado, há uma adoção institucional, com bancos norte-americanos agora podendo fazer staking de Ethereum e a BlackRock e Michael Saylor aumentando suas posições em BTC, do outro, há o fluxo de liquidez que ainda não retomou os patamares anteriores. Entenda o motivo dessa incerteza agora.

A influência do cenário macroeconômico

As condições econômicas atuais dificultam a entrada de capital em ativos de risco. O impacto das políticas econômicas nos Estados Unidos (EUA), como juros elevados e inflação persistente, faz com que investidores institucionais prefiram a segurança dos títulos do Tesouro. Enquanto essa situação persistir, a liquidez segue limitada para ativos de risco como altcoins.

Embora a divulgação dos novos dados de inflação tenha sido positiva, com o índice de preços ao consumidor (CPI) em 2,8% em comparação com os 3% registrados no mês anterior, o mercado não reagiu bem. Afinal, o dado por si só não mostra, de fato, que o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, irá cortar a taxa de juros, algo que supostamente traria um alívio maior para o bitcoin e demais criptomoedas.

A expectativa do mercado é que o corte ocorra apenas em julho e que seja de 0,25 ponto percentual.

Em setembro de 2024, o Fed chegou a cortar a taxa de juros dos EUA em 50 pontos-base e, antes disso, Vinicius Terranova, Venture Capital de ICO, apontou que um corte dessa magnitude seria um erro.

“Geralmente, esse tipo de corte é feito em momentos de emergência, e um corte tão acentuado poderia sinalizar algum tipo de desespero. Talvez o próprio mercado, mesmo reagindo positivamente a curto prazo, perceba, eventualmente, que há algo errado, possivelmente relacionado às eleições ou a algum outro fator que revele um pouco de desespero do Fed”.

Esse sentimento foi visto no mercado, com os ativos não tendo força para subir após o Federal Reserve diminuir o ritmo de cortes para então depois parar de realizá-los.

Dinheiro indo para as memecoins

O entusiasmo com as Layer 2 no Ethereum (ETH) trouxe um grande fluxo de capital institucional nos últimos anos. No entanto, esse interesse perdeu força, e o mercado passou a focar em memecoins, que movimentaram bilhões de dólares neste ciclo. A grande liquidez direcionada para esses tokens acabou drenando capital que poderia impulsionar as altcoins.

Um exemplo claro disso foi o impacto das memecoins ligadas ao presidente dos Estados Unidos. $TRUMP e $MELANIA captaram grande parte do capital que estava circulando na rede Solana (SOL). Com a queda desses tokens, muitos investidores ficaram presos, impedindo uma rotação de lucros para outras criptomoedas menores.

E o que dizer da memecoin $LIBRA, divulgada pelo presidente argentino Javier Milei, que causou prejuízos milionários a pequenos investidores, fazendo com que insiders lucrassem em cima de pessoas que entraram na cripto após o tweet do político?

O papel dos investidores institucionais

Atualmente, os fundos de investimento demonstram interesse quase exclusivo pelo bitcoin. ETFs da criptomoeda primária registram fortes fluxos de entrada, enquanto o Ethereum enfrenta dificuldades para atrair a mesma atenção. No caso das altcoins, o interesse institucional ainda é praticamente inexistente.

Quando a temporada das altcoins pode começar?

De acordo com o analista @deadinsol, a expectativa para um novo ciclo de valorização das altcoins pode depender da política econômica e dos próximos passos do cenário político global. Caso a inflação comece a esfriar e o foco nos EUA mude de conflitos comerciais para um ambiente mais favorável à adoção cripto, o mercado pode reagir positivamente já em 2025.

Se isso não acontecer, a consolidação da indústria cripto pode se estender até o próximo ano, quando fundos institucionais poderão finalmente enxergar um cenário claro e lucrativo para entrar com mais força. Até lá, o mercado segue sob influência de grandes investidores que aguardam os melhores momentos para acumular tokens a preços descontados.

Para o curto prazo, o mercado precisa mesmo é de um catalisador de alta que mude esse cenário, mas, por enquanto, o que resta ao investidor cripto é aguardar.

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