O ex-CEO da Binance, Changpeng Zhao (CZ), criticou o atual modelo de listagem de tokens em exchanges centralizadas (CEXs), apontando que falhas no sistema favorecem especuladores e prejudicam a transparência do mercado.
Utilizando a rede social X, CZ apontou que o intervalo entre o anúncio de listagem e a efetivação do trading gera uma corrida especulativa em exchanges descentralizadas (DEXs), distorcendo os preços antes mesmo da entrada oficial nos mercados centralizados.
Segundo ele, esse curto período leva a uma valorização artificial dos tokens nas DEXs, seguida de um movimento de realização de lucros quando a altcoin finalmente chega às CEXs. Esse efeito, na visão de CZ, compromete a eficiência do processo e pode dificultar a construção de valor sustentável para os projetos.
O caminho até as exchanges centralizadas
Enquanto lançar um token em uma exchange descentralizada é um processo simples — bastando criar um par de liquidez com ativos estabelecidos como USDT, USDC, ETH ou SOL —, a listagem em CEXs exige uma trajetória mais complexa.
As exchanges costumam avaliar fatores de tração de mercado, engajamento da comunidade, inovação tecnológica e segurança antes de aceitar um novo token. Normalmente, um projeto primeiro constrói histórico de negociação em DEXs antes de tentar ingressar em uma CEX, onde poderá acessar maior liquidez e visibilidade.
No entanto, a presença de fundos de venture capital (VC) no setor pode influenciar esse processo. As exchanges Binance, Coinbase e Kraken possuem braços de investimento que financiam startups cripto, criando potenciais conflitos de interesse.
Projetos com apoio dessas instituições podem acabar tendo mais facilidade para garantir listagens em exchanges de grande porte, enquanto iniciativas independentes enfrentam barreiras maiores para obter o mesmo nível de exposição.
Apesar dessas falhas, as exchanges centralizadas continuam sendo o principal destino de projetos em busca de crescimento, dado o volume de negociação nesses ambientes.
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