Apesar de descentralizado por natureza, o Bitcoin (BTC) depende de uma base física de operação que é tudo, menos distribuída igualmente. De acordo com o Bitnodes, os nodes acessíveis da rede estão altamente concentrados em poucos países e boa parte deles sequer tem localização conhecida.
Mas o que são nodes de Bitcoin?
Os nodes são computadores que mantêm uma cópia completa (full nodes) ou parcial (light nodes) da blockchain do Bitcoin (BTC) e ajudam a validar transações, verificando se as transferências e blocos seguem as regras do protocolo da criptomoeda primária, rejeitando qualquer dado inválido.
Eles se comunicam entre si, transmitindo transações e blocos válidos para manter a rede sincronizada. Qualquer pessoa que tenha um computador com pelo menos 1 TB de espaço livre pode rodar um node, e isso é uma parte fundamental da descentralização do Bitcoin: quanto mais nodes independentes existirem, mais difícil se torna censurar, manipular ou derrubar a rede.
Uma visão global: onde estão os nodes?
Dados atualizados de hoje, 3 de junho de 2025, da Bitnodes apontam que há 21.858 nodes de Bitcoin acessíveis publicamente. No entanto, 14.234 desses (65,12%) estão classificados como “n/a”, ou seja, não têm localização conhecida, pois muitos desses nodes operam por redes privadas como a Tor, que mascaram a origem do IP para garantir anonimato.
Entre os países com localização conhecida, apenas dois superam a marca de mil nodes: os Estados Unidos, com 2.214 (10,13%), e a Alemanha, com 1.243 (5,69%). Os demais aparecem com participações bem menores: França (575), Finlândia (360), Canadá (357), Países Baixos (348), Reino Unido (278), Suíça (224) e Rússia (176).
Concentração: um ponto de atenção
Embora a rede Bitcoin continue segura e funcional, uma maior concentração em poucos países pode criar vulnerabilidades políticas ou estruturais. Caso um governo restrinja ou desligue nodes localizados em seu território, isso pode afetar a velocidade de propagação dos blocos ou a sincronização da rede, ainda que temporariamente.
Por outro lado, o alto número de nodes em redes privadas como a Tor mostra uma tendência positiva: há uma parte importante da comunidade da cripto número um que prioriza a resistência à censura e o anonimato, aumentando a segurança individual dos operadores e dificultando o mapeamento e o controle dos pontos da rede.
O que mais os dados revelam
- O protocolo IPv4 continua dominando, com um leve aumento de 0,1%, enquanto o uso de IPv6 caiu 6,6%, mostrando que a adoção de protocolos mais modernos ainda é limitada.
- O número de nodes via .onion (Tor) cresceu 1,4%.
- Apenas 14 países têm mais de 100 nodes acessíveis publicamente, o que destaca um ecossistema ainda muito dependente de algumas regiões com infraestrutura e liberdade digital mais robustas.
Leia mais: Influencer vende seus bitcoins e diz: “Bull run acabou”