Derrota de Milei derruba ações argentinas em Nova York

Derrota de Milei derruba ações argentinas em Nova York

A derrota do presidente argentino Javier Milei nas eleições legislativas da província de Buenos Aires gerou uma forte reação negativa dos investidores. 

Antes mesmo da abertura oficial em Wall Street, os papéis de empresas argentinas já despencavam, com quedas que chegaram a 16%.

A Frente Fuerza Patria venceu por uma diferença inesperada de 14 pontos. 

Na visão dos investidores, a derrota mostrou fragilidade política do governo e abriu espaço para questionamentos sobre a capacidade de Milei de sustentar seu plano econômico até a votação de outubro.

📉 Bancos lideram as perdas

As ações mais atingidas foram as de instituições financeiras argentinas. O Grupo Financiero Galicia (GGAL) chegou a cair 16,76%, enquanto o Banco Supervielle recuava 13,32%, Banco Macro perdia 12,41% e BBVA Argentina cedia 11,13%.

No setor energético, Edenor desabou 15,06%, Transportadora de Gas do Sur caía 14,83%, YPF recuava 14,31% e Pampa Energía operava em baixa de 13,51%.

🪙 Crise cambial e queda dos títulos soberanos

Os efeitos não se limitaram às ações. Os títulos da dívida argentina denominados em dólar também registraram queda. O título com vencimento em 2035, por exemplo, perdeu 9%, tornando-se o pior desempenho entre os mercados emergentes neste início de semana.

O risco país, que já havia ultrapassado os 900 pontos básicos, pode romper a barreira dos 1000 pontos após a abertura oficial dos mercados, segundo consultorias locais.

📊 Mercado esperava derrota, mas não por tanto

Analistas ouvidos pelos jornais La Nación e Bloomberg afirmam que o mercado já precificava uma possível vitória da oposição, mas não com uma margem tão ampla. 

A surpresa fez investidores correrem para se desfazer de ativos argentinos, em um movimento que lembra, ainda que em menor escala, o colapso de 2019.

“O mercado não esperava um triunfo tão folgado do peronismo. A derrota obriga o governo a recalcular. As reações já estão pressionando câmbio, juros e reservas”, afirmou a consultoria 1816, referência no mercado local.

🧠 O que pode acontecer agora

O Banco Central da Argentina e o Tesouro devem ser forçados a intervir no câmbio para evitar uma disparada do dólar, que já operava perto do teto da banda de controle.

Entre as medidas esperadas estão:

  • Aumento das taxas de juros
  • Venda de dólares no mercado futuro
  • Uso de parte do empréstimo do FMI para segurar o câmbio

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