A desvalorização do real em 2024 já soma 30%, colocando a moeda brasileira entre os desempenhos mais fracos das últimas duas décadas, aproximando-se dos níveis registrados durante a pandemia da Covid-19.
Segundo o analista Einar Rivero, da consultoria Elos Ayta, a volatilidade no câmbio é resultado de uma combinação de fatores internos e externos.
O especialista explica que a falta de confiança no controle das contas públicas, mesmo após o anúncio do pacote fiscal pelo governo, tem afastado investidores.
“O mercado permanece cauteloso quanto à trajetória fiscal do Brasil. Além disso, a política monetária restritiva do Federal Reserve, com manutenção de juros elevados, está direcionando recursos para os títulos do Tesouro dos Estados Unidos, o que pressiona moedas de economias emergentes, como o real”.
A triste história do dinheiro do Brasil
Em 25 anos, o real apresentou desvalorização em 15 ocasiões, com os períodos de maior queda coincidindo com eventos globais adversos, recessões e instabilidade política.
Apesar do quadro atual, Rivero destaca que o real tem capacidade de recuperação em momentos de ajuste econômico e melhora no cenário externo.
O analista lembra que os episódios de maior valorização desde o ano 2000 ocorreram durante fases de retomada econômica, tanto no Brasil quanto no exterior.
Para os próximos anos, o analista enxerga possibilidades de fortalecimento da moeda, mas condiciona essa melhora a avanços estruturais.
“A recuperação dependerá de uma política fiscal consistente, menor restrição no ambiente internacional e crescimento acelerado da economia brasileira. Sem esses fatores, o real continuará vulnerável a novas pressões cambiais”.
Fonte: CNN
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