Em um encontro com empresários em Belo Horizonte, Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), destacou que é um erro avaliar as futuras decisões da instituição com base em apenas um indicador econômico.
Segundo o economista, o papel do BC é adotar uma perspectiva abrangente e considerar várias variáveis ao formular sua política monetária.
Galípolo fez esses comentários em um almoço de negócios, apontando que a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para 18 de setembro, será importante para decidir se a taxa básica de juros, atualmente fixada em 10,5% ao ano, será mantida ou ajustada.
O diretor do BC disse que a análise dos fatores econômicos inclui, entre outros, a taxa de câmbio, o nível de desemprego, o crescimento da renda, o mercado de trabalho e as revisões positivas do Produto Interno Bruto (PIB).
“Nosso objetivo é garantir que a política monetária não gere um desajuste que possa resultar em uma demanda excessiva em relação à oferta, o que poderia, por sua vez, pressionar a inflação e prejudicar o poder de compra da população”, explicou Galípolo.
Comparando a função do Banco Central à de um “estraga-prazeres” em uma festa, ele afirmou que a instituição deve intervir para moderar o ritmo econômico quando necessário, garantindo que o crescimento financeiro seja sustentável e equilibrado.
Galípolo é considerado o principal candidato para substituir Roberto Campos Neto na presidência do Banco Central, na nomeação que será feita pelo presidente Lula no início de 2025.