Dólar e Ibovespa fecham em queda com guerra comercial e Selic no radar

Dólar e Ibovespa fecham em queda com guerra comercial e Selic no radar
NeoFeed

O mercado financeiro brasileiro encerrou a sessão da última terça-feira (04) com queda tanto no dólar quanto no Ibovespa.

A moeda norte-americana teve um recuo de 0,76%, sendo negociada a R$ 5,7719 no fechamento, registrando sua cotação mais baixa desde meados de novembro passado.

Durante o dia, o dólar chegou a tocar R$ 5,75 em seu menor valor intradiário, a 12ª sessão consecutiva de desvalorização da moeda, marcando a maior sequência de quedas desde 2005.

O Ibovespa também seguiu em território negativo, registrando uma baixa de 0,65% e encerrando o pregão com 125.147,42 pontos. O desempenho do índice brasileiro destoou dos mercados internacionais, que operaram em alta como resultado de expectativas positivas em Wall Street e nas principais bolsas europeias.

Bolsa brasileira de olho na guerra comercial China vs. EUA

A tensão entre as duas maiores economias do mundo voltou a chamar a atenção depois que a China anunciou novas tarifas sobre produtos dos Estados Unidos em resposta às taxas impostas pelo governo de Donald Trump.

As tarifas chinesas são sobretaxas de 15% sobre carvão e gás natural liquefeito dos EUA, além de 10% sobre petróleo bruto, equipamentos agrícolas e caminhões.

No entanto, ainda podemos ver uma mudança semelhante ao que ocorreu nas negociações comerciais entre EUA, México e Canadá, quando Washington recuou de medidas tarifárias após avanços diplomáticos.

O fator que sustenta essa tese é que a China disse que irá focar na restauração do acordo comercial da “Fase 1“, assinado em 2020, como resposta às novas tarifas impostas pelos Estados Unidos.

Esse tratado foi assinado durante a primeira gestão de Trump e ajudou a encerrar uma guerra tarifária que já durava quase dois anos. O acordo estabelece que a China deve aumentar suas compras de produtos dos EUA em US$ 200 bilhões ao longo de dois anos, algo que não ocorreu devido ao impacto da pandemia de COVID-19.

Selic também impactou o Ibovespa

Outro fator que pesou sobre os mercados domésticos foi a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom). O documento reforçou a preocupação do Banco Central com a inflação e os riscos associados à política econômica, justificando a decisão de elevar a taxa Selic para 13,25% ao ano. O texto também apontou que novas altas podem ser necessárias, dependendo da evolução dos preços e do cenário fiscal.

Além disso, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados sobre a inflação ao produtor, apontando uma aceleração dos preços em dezembro e um avanço acumulado de 9,42% em 2024, pressionado principalmente pelo setor de alimentos.

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