Na última terça-feira (29), o dólar disparou e encerrou o dia cotado a R$ 5,76, o maior valor registrado desde 29 de março de 2021.
O aumento é atribuído à preocupação do mercado com a situação fiscal do Brasil e à ausência de medidas concretas para o controle dos gastos públicos. A indefinição em torno do pacote de contenção de despesas, que está em análise pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), adiciona pressão sobre a moeda.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o conjunto de propostas de ajustes fiscais ainda está em discussão com Lula e que não há previsão de divulgação.
Haddad frisou que o cronograma para a apresentação das medidas será definido pelo presidente do Brasil e que ambos seguem dialogando em parceria com o Ministério do Planejamento e Orçamento.
A alta do dólar também foi influenciada pela incerteza no cenário político internacional, especialmente pela proximidade das eleições presidenciais nos Estados Unidos.
Com essa combinação de fatores, o dólar à vista registrou um aumento de 0,95%, fechando a R$ 5,7625. No acumulado de outubro, a moeda norte-americana já avançou 5,75%.
No mercado de ações, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, teve um desempenho negativo, encerrando o dia com queda de 0,37%, aos 130.729 pontos. O volume financeiro da sessão foi de R$ 17,12 bilhões, abaixo da média diária de R$ 23,5 bilhões no ano.
A expectativa por novas medidas fiscais e o desempenho trimestral decepcionante do Santander Brasil, que registrou queda de mais de 5%, contribuíram para o cenário de retração.