A confiança no dólar como moeda de refúgio tem sido colocada em xeque diante do cenário geopolítico e de preocupações com a trajetória fiscal dos Estados Unidos.
De acordo com uma pesquisa conduzida pela Reuters entre os dias 30 de abril e 6 de maio, mais da metade dos 83 analistas consultados mostraram preocupação com o papel do dólar como ativo seguro.
Steve Englander, chefe global de pesquisa de câmbio do G10 do Standard Chartered, afirmou estar “muito preocupado” com a situação. Segundo ele, enquanto há dois meses o principal fator para o dólar era o estímulo econômico, agora o foco se deslocou para a sustentabilidade da política fiscal dos EUA.
“Está claro que o mercado está mais atento ao caminho fiscal de longo prazo do país”.
Erik Nelson, estrategista macro do Wells Fargo Securities, também compartilha da visão negativa sobre a moeda estadunidense. O especialista prevê uma desvalorização do dólar no segundo semestre de 2025, à medida que dados econômicos fracos ganhem destaque e o Federal Reserve (Fed) inicie o ciclo de cortes nas taxas de juros, como antecipado pelo mercado.
Além disso, Nelson aponta para possíveis saídas de capital dos ativos norte-americanos e para a volta de preocupações com a independência da autoridade monetária.
Brian Rose, economista sênior da UBS Global Wealth Management, diz que a credibilidade do dólar depende, em grande parte, da autonomia do banco central dos EUA.
“Se houver dúvidas sobre a independência do Fed, isso enfraquece seriamente o status do dólar como refúgio seguro”.
Rose destaca ainda que moedas como o iene japonês e o franco suíço podem se beneficiar do atual contexto, por serem vistas como alternativas mais estáveis em tempos de turbulência.
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