A moeda dos Estados Unidos encerrou a semana em queda, atingindo níveis que não eram vistos há mais de uma década. Pressionado por incertezas econômicas e instabilidade na condução da política interna, o dólar perdeu força frente a diversas moedas e ativos considerados mais seguros.
A fuga de investidores dos ativos norte-americanos impulsionou a valorização do ouro, do franco suíço, do iene japonês e do euro.
Dollar Index rompe nível simbólico de 100 pontos
O Dollar Index (DXY), indicador que mede o desempenho da moeda estadunidense frente a uma cesta de seis divisas relevantes, recuou 0,85% nesta sexta-feira (11), chegando a 100,009 pontos.
O DXY chegou a romper momentaneamente o patamar simbólico de 100, algo que não acontecia desde julho de 2023. O índice acumula queda de mais de 3% apenas no último mês, e quase 6% no comparativo anual.
Para Chris Weston, chefe de pesquisa da Pepperstone, o movimento é um sinal claro de que os investidores estão deixando o “epicentro da turbulência”.
Franco suíço, iene e euro se destacam
O enfraquecimento do dólar abriu espaço para a valorização de pares como o franco suíço, que atingiu o menor patamar frente ao dólar desde janeiro de 2015, e o iene, que voltou a níveis de setembro do ano passado.
O euro também avançou, ultrapassando US$ 1,13, valor que não era registrado desde o início de 2022. Até mesmo o dólar canadense teve um ganho relevante, puxando o câmbio para o menor nível em cinco meses.
Ouro atinge novo recorde histórico
Além das moedas, o ouro voltou a chamar a atenção como refúgio. A cotação da commodity disparou para um novo recorde de US$ 3.219,96 por onça. Desde o início do ano, o metal precioso já acumula uma valorização superior a 22%.
Ao mesmo tempo, os títulos do Tesouro americano, tradicionalmente vistos como porto seguro em tempos de crise, também foram alvo de vendas. O rendimento dos papéis de 10 anos subiu quase 10 pontos-base, marcando o maior avanço semanal desde 2001.
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