O dólar americano começou esta quinta-feira (24) tentando se reerguer após dias difíceis, mas segue longe de recuperar o fôlego em 2025.
A leve reação foi impulsionada por dois fatores: a trégua do presidente estadunidense Donald Trump na intenção de demitir o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, e uma mudança de postura da Casa Branca no conflito comercial com a China.
Esses dois movimentos serviram para estancar, ao menos temporariamente, a queda da moeda, que segue operando próxima das mínimas do ano.
Depois de ter caído abaixo de 140 ienes no início da semana, o dólar se recuperou e chegou a 142,75 ienes nesta quinta.
O movimento coincidiu com um ponto de suporte técnico que operadores vinham monitorando ao longo do mês.
Declarações de Bessent animam mercado, mas incertezas persistem
A moeda também recebeu impulso de declarações do secretário do Tesouro, Scott Bessent, que afirmou não haver uma meta específica para o câmbio dos Estados Unidos antes de um encontro com autoridades japonesas.
A frase, interpretada como uma sinalização de desinteresse no controle da cotação, foi suficiente para animar o mercado.
Mesmo assim, Bessent foi categórico ao afirmar que o congelamento atual das tarifas entre EUA e China não deve durar.
Ele classificou a situação como insustentável, embora tenha deixado claro que Washington não será o primeiro a reduzir as tarifas, muitas das quais ainda estão acima de 100% sobre produtos chineses.
Na Europa, o dólar chegou a subir frente ao euro após tocar o menor nível dos últimos três anos e meio, de US$ 1,1572.
No entanto, o avanço perdeu força na Ásia, e a moeda norte-americana recuou para US$ 1,1338 nesta quinta-feira, em meio a uma leve onda de vendas.
O estrategista Francesco Pesole, do ING, afirmou que o mercado segue com viés de baixa para o dólar no curto prazo, e que o par euro/dólar ainda reage quase exclusivamente aos movimentos da moeda americana.
Segundo o analista, um novo avanço do euro acima de US$ 1,15 é possível caso ressurgam dúvidas sobre a independência do Fed.
Moedas do Pacífico também sentem o impacto das incertezas globais
Outras moedas atreladas ao crescimento econômico, principalmente na região do Pacífico, também enfrentam dificuldades.
Para exemplificar, o dólar australiano, que havia ultrapassado os US$ 0,64, recuou para US$ 0,6355.
De acordo com Joe Capurso, estrategista do Commonwealth Bank, a moeda pode testar o suporte técnico próximo de US$ 0,6286, se as preocupações com a economia global persistirem.
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