O uso de criptomoedas como instrumento de lavagem de dinheiro e transações ilegais tem crescido no Brasil.
Antigos métodos de lavagem de dinheiro, como o uso de laranjas e contas em paraísos fiscais, estão sendo substituídos por operações digitais conduzidas por especialistas, conhecidos como “novos doleiros”.
Esses operadores utilizam carteiras de criptomoedas para realizar transações que dificultam o rastreamento pelas autoridades.
No Brasil, esse modelo já movimenta bilhões em operações clandestinas, aproveitando-se da falta de regulamentação no setor.
“É uma profissionalização do crime. Traficantes delegam essas operações a pessoas com conhecimento técnico, o que torna o esquema mais eficiente e difícil de rastrear”, afirmou o procurador Andrey Borges de Mendonça.
Essas operações ocultam recursos, além de facilitarem pagamentos para redes internacionais de tráfico de drogas, armas e até terrorismo.
Embora as operações ilícitas representem menos de 1% do volume global de transações com criptomoedas, os valores envolvidos são consideráveis.
Um relatório internacional aponta que, em 2024, US$ 24,2 bilhões (R$ 140 bilhões) foram usados em esquemas de lavagem de dinheiro.
No Brasil, apesar da ausência de dados consolidados, casos como a Operação Colossus mostram o impacto do problema: em menos de dois anos, o esquema com criptomoedas movimentou R$ 7 bilhões.
“Antigamente, identificar laranjas era relativamente simples. Hoje, o uso de criptoativos dificulta o rastreamento e aumenta o tempo de investigação”, disse o auditor fiscal Fernando Poli.
Fonte: G1
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