Empresários dos EUA arcam com tarifa de Trump e veem estoques de café secarem

Empresários dos EUA arcam com tarifa de Trump e veem estoques de café secarem
Imagem destaque: Pexels

Desde que Donald Trump impôs uma tarifa de 50% sobre o café brasileiro, em agosto, torrefadoras e importadoras estadunidenses vêm lidando com estoques limitados, contratos cancelados e custos cada vez maiores para manter a oferta no mercado interno.

O café do Brasil responde por um terço do consumo dos Estados Unidos. A medida atingiu em cheio as importadoras, que agora precisam escolher entre pagar a taxa salgada ou buscar alternativas mais caras em outros países produtores.

📉 Estoques no limite, consumidores no prejuízo

A Lucatelli Coffee, empresa da Flórida, chegou a importar café brasileiro mesmo com a nova tarifa. O produto está parado em depósito alfandegado e só poderá entrar no país após o pagamento do imposto. Parte do carregamento está sendo enviada para o Canadá como estratégia para driblar a taxação.

“O Brasil não está pagando, eu estou. Eu e meus clientes”, disse o fundador da empresa, Steven Walter Thomas. O empresário acusa a medida de ser puramente política e ligada ao embate entre Trump e Lula.

🧭 Redirecionamento e dilema logístico

A alternativa para muitas empresas tem sido buscar fornecedores na Colômbia, no México e em países da América Central. O problema é que, com o aumento da demanda por esses grãos, os preços também subiram até 10%, o que deixa os cafés brasileiros, ironicamente, mais baratos.

Mas o que parece vantajoso na teoria não se aplica na prática. Sem um acordo entre os governos, a burocracia e os altos custos de redirecionamento logístico continuam pressionando empresas como a Downeast Coffee Roasters, que teve parte dos pedidos cancelados e já prevê problemas no abastecimento até o fim do ano.

📊 Senado dos EUA tenta barrar tarifas, mas enfrenta resistência

Mesmo com a aprovação de uma medida no Senado norte-americano para anular as tarifas contra o Brasil, a proposta deve parar na Câmara, onde republicanos aliados de Trump bloqueiam qualquer tentativa de revogar o tarifaço. 

Lula e Trump se reuniram no domingo, e apesar do clima aparentemente amistoso, não houve garantia de avanço nas negociações. Lula disse estar otimista. Já Trump se limitou a classificar o encontro como “muito bom”.

Em pesquisa realizada pelo instituto RealTime BigData em outubro, 55 % dos entrevistados brasileiros declararam acreditar que o governo norte‑americano revisará as tarifas impostas ao Brasil. Outros 41 % disseram que não esperam mudanças. A margem de erro era de três pontos percentuais.

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