As empresas de capital aberto — de mineradoras a gigantes de tecnologia — seguem engordando seus cofres em bitcoin (BTC).
Um relatório recém-publicado pela Coinbase aponta que esse movimento carrega potenciais riscos sistêmicos para o mercado, ainda que o cenário de curto prazo pareça sob controle.
💣 Dois gatilhos que podem balançar o preço
A Coinbase destaca dois pontos críticos: pressão de venda forçada e venda discrecionária.
No primeiro caso, companhias que emitiram notas conversíveis para comprar criptomoedas podem ter de liquidar posições quando as dívidas chegarem perto do vencimento ou se o refinanciamento ficar caro.
Já a venda discrecionária é ainda mais traiçoeira: basta uma grande tesouraria “descarregar” parte do estoque para gerar desconfiança e empurrar outras a fazer o mesmo, aumentandi quedas de preço em efeito dominó.
🏦 “Clones” focados só em acumular BTC
Diferente de pioneiras como Strategy (ex-MicroStrategy) ou Tesla, que primeiro tinham negócios próprios e depois compraram BTC, novos PTCVs nascem — e captam dívida — com a única missão de reforçar reservas de bitcoin.
Essas dívidas, porém, só começam a vencer na virada de 2029 para 2030; o próximo grande compromisso é da Strategy: US$ 3 bi em dezembro de 2029, com resgate antecipado opcional em 2026.
🥇 Quem já guarda pilhas de Bitcoin
No total, 61 companhias listadas em bolsa detêm pouco acima de 3 % de todo o BTC já minerado, algo na casa de 724.600 moedas.
⏳ Por que o estouro não seria imediato
A maior parte dos passivos está guardada para o fim da década, dando tempo às empresas para renegociar ou trocar dívida por ações.
Enquanto os níveis de loan-to-value permanecerem moderados, a Coinbase vê espaço para refinanciamentos sem despejar BTC no mercado.
🔮 Olhar para o segundo semestre
Apesar dos alertas, a exchange mantém projeção otimista para o segundo semestre de 2025, prevendo novos topos históricos se a adoção corporativa seguir estável.
O tom muda se o apetite por emitir dívida subir muito ou se o crédito ficar escasso — cenário que pode transformar o risco latente em realidade.
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