Endividamento de famílias brasileiras cresce, mas inadimplência segue em queda

Endividamento de famílias brasileiras cresce, mas inadimplência segue em queda
Pexels

O endividamento das famílias brasileiras voltou a crescer em fevereiro, enquanto a inadimplência manteve sua trajetória de queda, de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). 

Os dados mostram um movimento duplo no comportamento financeiro das famílias: por um lado, mais pessoas assumem novas dívidas; por outro, o número de contas em atraso vem diminuindo.

Percentual de endividados cresce, mas segue abaixo do ano passado

De acordo com o levantamento, 76,4% das famílias brasileiras relataram ter algum tipo de dívida em fevereiro, um aumento de 0,3 ponto percentual em relação ao mês anterior. Apesar do crescimento no endividamento, o percentual ainda está abaixo do registrado no mesmo período do ano passado, quando 77,9% dos lares declararam ter compromissos financeiros pendentes.

Inadimplência continua em queda

A inadimplência, que representa os consumidores com pagamentos atrasados, seguiu em queda pelo terceiro mês consecutivo, atingindo 28,6% das famílias. Além disso, o número de lares que afirmam não ter condições de quitar os débitos vencidos também apresentou redução, chegando a 12,3%. 

Esse comportamento pode estar relacionado à busca por melhores condições de crédito, com muitas famílias optando por renegociar suas dívidas com prazos e juros mais favoráveis.

O presidente do Sistema CNC, Sesc-Senac, José Roberto Tadros, destaca que a redução na taxa média de juros ao consumidor pode ter estimulado essa movimentação. Segundo ele, a troca de dívidas pode ser uma estratégia para minimizar o impacto dos encargos financeiros sobre o orçamento familiar.

Dívidas de longo prazo também apresentam queda

Outro dado relevante do estudo aponta que a quantidade de consumidores com contas em atraso há mais de 90 dias segue em queda há quatro meses, alcançando 48,2% dos endividados, o menor percentual desde julho de 2024. 

Além disso, a parcela da população que compromete mais da metade da renda com pagamentos de dívidas também caiu, ficando em 20,5%, menor índice desde novembro do ano passado.

Percepção sobre endividamento ainda preocupa

Apesar da melhora em alguns indicadores, a percepção sobre o endividamento ainda preocupa. A pesquisa mostra que 16,1% das famílias se consideram “muito endividadas”, maior percentual desde setembro de 2024. Já aqueles que dizem não ter dívidas desse tipo diminuíram para 23,5%.

Para o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, a tendência é que o endividamento continue em alta ao longo do ano, impulsionado pela confiança das famílias no uso do crédito. Já a inadimplência, na visão dele, deve seguir em queda gradativa, refletindo um cenário mais favorável para os consumidores que buscam equilibrar suas finanças.

Fonte: Agência Brasil

Deixe seu comentário: