A economia dos Estados Unidos pode estar se aproximando de uma recessão em 2025. Um dos principais indicadores dessa crise vem do que é conhecido como “Sinal de Recessão do Walmart”, que compara o desempenho das ações da gigante do varejo com o Índice Global de Luxo da S&P.
O que se observa é que, após a pandemia, a diferença entre esses índices nunca foi tão alta, o que historicamente sempre precedeu uma recessão.
As ações do Walmart subiram 83% neste ano, enquanto as ações de bens de luxo ficaram estagnadas.
Poder de compra em declínio
O poder de compra dos consumidores norte-americanos está em queda.
As economias acumuladas durante a pandemia se esgotaram, e os estímulos financeiros não são mais uma realidade, fazendo com que o consumo, que sempre foi a base da economia dos EUA, comece a desacelerar.
Além disso, as taxas de desemprego continuam subindo, com um aumento de 15% nas solicitações de seguro-desemprego em relação aos níveis pré-pandemia.
O que diz a inflação?
A inflação, embora mais moderada do que o pico de 9,1% registrado em 2022, ainda está presente, com uma taxa de 2,6% registrada em outubro de 2024, o que é um sinal de que a recuperação não está completa.
Em relação às previsões econômicas, há divergências sobre a gravidade da recessão, mas os riscos estão sendo reconhecidos.
Uma pesquisa da BCA Research, por exemplo, aponta para uma recessão nos Estados Unidos e no Canadá, com um mercado de trabalho instável e um consumo em queda.
Apesar de o Goldman Sachs ter uma visão mais otimista, prevendo um crescimento do PIB de 2,5% em 2025 e colocando as chances de uma recessão em apenas 15%, o JPMorgan vê um risco de 45%, citando a contração da oferta monetária e possíveis choques globais como grandes ameaças.
Mais desafios internos
O crescimento do PIB em 2025 ainda é incerto, com estimativas variando de 1,9% a 2,5%.
A taxa de desemprego deve ficar em torno de 4,2%, mas pode cair para 3,5% se a inflação continuar controlada.
O Federal Reserve, por sua vez, não deverá cortar as taxas de juros mais do que duas vezes em 2025, o que poderá intensificar a inflação a partir de janeiro.
O setor imobiliário comercial também está enfrentando dificuldades devido à alta das taxas de juros, com um aumento nas vacâncias e redução dos investimentos.
Trump 2
A volta de Donald Trump à Casa Branca em 2025 poderá trazer novas políticas que devem piorar ainda mais a situação econômica.
A imposição de tarifas, como a proposta de 25% sobre produtos do Canadá e do México e de 10% sobre bens chineses, pode causar um aumento de 1% na taxa de inflação, de acordo com o Goldman Sachs.
Um aumento nas tarifas também pode desencadear uma guerra comercial, prejudicando mais as cadeias de suprimentos e a recuperação econômica.
Por fim, as políticas fiscais de Trump, como a prorrogação de cortes de impostos para pessoas e empresas, podem fornecer um alívio temporário, mas também aumentar o déficit federal, resultando em custos mais elevados de empréstimos e potencial perda de confiança por parte dos investidores, caso a economia não cresça o suficiente para compensar a redução na arrecadação tributária.
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