A largada da tão aguardada frota de robotáxis da Tesla está marcada para 22 de junho, em Austin.
Depois de anos de promessas e atrasos, a empresa quer provar que seu sistema de direção autônoma já é capaz de operar um serviço de transporte sem ninguém ao volante.
Mas por enquanto, o teste será pequeno — só 10 carros Model Y vão circular, restritos a uma área geográfica cuidadosamente delimitada.
⚙️ Como vai funcionar na prática
Os veículos usarão o FSD (Full Self-Driving), software proprietário da Tesla que ainda não é reconhecido como totalmente autônomo por órgãos reguladores.
Para compensar o risco, os carros serão acompanhados por teleoperadores humanos, prontos para assumir o controle remotamente em caso de falha ou emergência.
Esse formato exige conexão estável em tempo real — qualquer latência pode comprometer a segurança.
Como assim?
Quando é dito que esse formato exige conexão estável em tempo real, a referência é à comunicação entre o carro autônomo e o teleoperador humano que está à distância, monitorando o trajeto. Essa conexão precisa ser:
- Contínua (sem quedas),
- Rápida (com baixa latência),
- Confiável (sem oscilações bruscas de qualidade).
Agora, sobre a latência: esse termo descreve o atraso entre uma ação e a resposta do sistema. Por exemplo, se o carro encontra um obstáculo inesperado e precisa de intervenção humana, esse pedido vai para o operador por internet/celular. Se houver um atraso de alguns segundos, o operador pode reagir tarde demais — e aí já pode ter ocorrido um acidente.
No caso de um pedestre atravessando repentinamente, o tempo entre o “carro detectar” → “comunicar ao operador” → “operador assumir e frear” precisa ser quase instantâneo. Qualquer atraso nessa cadeia pode inviabilizar a resposta a tempo de evitar o impacto.
Por isso, os robotáxis estarão proibidos de circular por áreas complexas da cidade, como cruzamentos difíceis ou regiões com alto fluxo de ciclistas e pedestres.
🧠 Lançamento controlado e público restrito
A Tesla ainda não detalhou como será o acesso ao serviço. Analistas ouvidos pelo New York Times acreditam que, nas primeiras semanas, as corridas estarão disponíveis apenas para funcionários e convidados da empresa — e não para o público geral.
Internamente, a Tesla já vinha fazendo testes com colaboradores em Austin e San Francisco desde abril. Mais recentemente, veículos com sensores visíveis foram flagrados circulando na cidade, mostrando a reta final de preparação.
🛻 Tesla entra atrasada numa corrida que já começou
Enquanto a Tesla dá seus primeiros passos públicos, a concorrência já está em operação comercial. A Waymo, subsidiária da Alphabet (dona do Google), mantém 1.500 veículos autônomos rodando em várias cidades dos EUA.
Em Austin, a Waymo chegou em março com um serviço gratuito de testes para usuários que se inscreveram voluntariamente. Desde então, passou a operar em tempo integral, sem motoristas de segurança a bordo.
A diferença de abordagem é clara: enquanto a Tesla aposta em expansão rápida e alto marketing, a Waymo trabalha com validação técnica rigorosa e atuação discreta — mas já consolidada.
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