Uma estudante negra bolsista de 15 anos está internada há mais de uma semana após sofrer, segundo a família, ataques racistas dentro do Colégio Presbiteriano Mackenzie, em São Paulo. A adolescente foi encontrada desacordada no banheiro da escola com um saco plástico amarrado à cabeça por um fio, o que levantou suspeitas de uma possível tentativa de homicídio.
O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, que instaurou inquérito para apurar as circunstâncias do ocorrido. A direção do colégio afirmou, por meio de nota, que está colaborando com as investigações e prestando apoio à aluna e à sua família. A instituição também informou que abriu uma apuração interna para esclarecer os fatos.
Familiares da jovem afirmam que ela vinha sendo alvo de agressões psicológicas e comentários racistas por parte de colegas. Eles relatam que a situação já havia sido comunicada à escola anteriormente, mas medidas eficazes não teriam sido adotadas. A mãe da estudante negra relatou em entrevista que a filha apresentava sinais de angústia e medo nas semanas que antecederam o ataque.
Organizações do movimento negro e entidades de direitos humanos manifestaram solidariedade à vítima e cobraram providências do colégio e das autoridades. Em nota pública, o movimento Educafro declarou que o caso “escancara o racismo estrutural presente em instituições de ensino privadas de elite” e pediu acompanhamento do Ministério Público.
O episódio gerou comoção nas redes sociais, com milhares de internautas expressando indignação e exigindo justiça. A hashtag #JustiçaPorMaria (nome fictício para preservar a identidade da menor) foi uma das mais mencionadas na rede social X.
A Defensoria Pública do Estado também foi acionada para oferecer apoio jurídico à família, e representantes da Comissão de Direitos Humanos da OAB-SP visitaram o hospital onde a adolescente está internada.
Leia mais: Vítima de homicídio “revive” com ajuda de IA e perdoa seu assassino durante julgamento