Pesquisadores criaram uma proposta que pode permitir o envio e recebimento de Bitcoin (BTC) entre Terra e Marte em apenas três minutos, mesmo com as limitações físicas do espaço. O estudo introduz um sistema chamado PoTT, capaz de tornar as transações à prova de adulteração.
O PoTT, ou “Proof‑of‑Transit Timestamping”, é um tipo de recibo digital assinado por cada ponto de retransmissão de uma transação. Ele registra quando e por onde uma transação passou até chegar ao destino.
Uma trilha auditável e verificável permite resolver disputas de forma mais segura, principalmente em cenários com atrasos de comunicação que podem ultrapassar 20 minutos entre os planetas.
A comunicação entre Terra e Marte é feita com redes chamadas DTN, criadas para funcionar mesmo com longos atrasos e conexões instáveis. Os autores aproveitaram essa tecnologia para transportar os dados do Bitcoin e acoplar o PoTT no meio do caminho.
🔁 Como funcionaria na prática
Imagine que um usuário na Terra envia BTC para alguém em Marte. A transação é transmitida por uma cadeia de satélites e estações que assinam digitalmente cada ponto da jornada, registrando os horários de entrada e saída.
Se tudo estiver sincronizado, o tempo total de transmissão pode ser de apenas três minutos em situações ideais. Embora em certos momentos esse tempo chegue a 22 minutos, devido à distância entre os planetas.
Essas transações não alteram as regras principais do Bitcoin, apenas criam uma camada de evidência fora da blockchain, para que sistemas como a Lightning Network e cadeias paralelas possam funcionar com mais confiança mesmo em longas distâncias.
🧠 Uma arquitetura modular e realista
O estudo propõe que a Terra continue com a rede principal do Bitcoin, enquanto Marte usaria uma cadeia paralela com ativos equivalentes, que se comunicariam de forma assíncrona por meio do PoTT. Para pagamentos rápidos, a Lightning Network seria usada com ajustes nos prazos para compensar os atrasos de luz.
Não seria possível minerar blocos em Marte ao mesmo tempo que na Terra, porque a distância tornaria isso injusto. Mas seria viável usar canais de pagamento locais, fazer compras, trocar moedas e até realizar transferências entre planetas com um pouco de paciência e um sistema bem auditado.
Apesar de parecer ficção científica, o estudo é detalhado, técnico e aplicável. Ele não exige mudanças no código do Bitcoin, o que aumenta as chances de ser adotado de forma voluntária por empresas, exploradores espaciais ou futuras colônias. E, para quem sonha com uma economia marciana, o PoTT pode ser o primeiro passo.
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