O Ethereum (ETH) continua com um desempenho vergonhoso no mercado de criptomoedas. Apenas nos últimos sete dias, a altcoin perdeu 13% de sua capitalização e, enquanto escrevo este artigo, a cripto luta para se manter na marca de US$ 1.800.
Além disso, as baleias do ETH não estão para brincadeira quando o assunto é venda. Para exemplificar, apenas um investidor transferiu 6.131 ETH para a Binance, possivelmente para vender mais de US$ 10 milhões na altcoin.
Outro fator que contribui para a incerteza em relação ao Ethereum é a redução na atividade on-chain da altcoin. As taxas de transação estão baixas, chegando a apenas US$ 0,02.
Atualmente, a principal utilidade da plataforma de contratos inteligentes está concentrada em transferências de ETH e stablecoins, enquanto a atividade em exchanges descentralizadas (DEX) e tokens de nicho, como os de memes, segue em declínio.
Segundo o DeFiLama, a receita da rede Ethereum nas últimas 24 horas caiu para US$ 489.926, colocando-a em 19º lugar entre todas as plataformas em termos de renda diária.
Em comparação, a Tron (TRX) liderou o ranking de receitas das redes públicas com US$ 1,92 milhão, seguida pela Solana (SOL) com US$ 1,12 milhão no mesmo período.
Pior trimestre da história
Ao ser negociado a US$ 1.800, o ETH caminha para encerrar março, acumulando uma desvalorização de 17% no mês.
Esse movimento confirma o primeiro trimestre de 2025 como o mais negativo da história da criptomoeda, já que janeiro e fevereiro também registraram perdas de 1,28% e 32,2%, respectivamente.
Até então, o primeiro trimestre mais desafiador para o Ethereum havia sido o de 2018, quando a cripto caiu 23,6% em fevereiro e 53,7% em março. Em outros períodos, ao menos dois dos três primeiros meses do ano apresentaram valorização.
Impactos de um Ethereum abaixo de US$ 2.000
Esse baixo desempenho da principal altcoin do meio cripto tem afetado até o universo das finanças descentralizadas. Um exemplo disso é o protocolo Maker, que possui um dos maiores volumes de colateral em risco, com dois empréstimos que juntos somam US$ 229 milhões em ETH.
Uma baleia DeFi tem uma liquidação prevista caso o Ethereum atinja US$ 1.787,86, com um índice de colateral de 171%. Esse investidor já obteve US$ 68 milhões em DAI, utilizando a segunda maior criptomoeda como garantia. Se a liquidação for concretizada, o ETH apreendido pode intensificar ainda mais a pressão vendedora no mercado da cripto.
Outra posição dentro da Maker conta com um nível crítico de liquidação em US$ 1.701,54. Esse empréstimo é ainda maior, totalizando US$ 74 milhões em DAI, com um índice de colateral ligeiramente inferior, de 153%.
Somente nas últimas 24 horas, US$ 217 milhões foram liquidados no mercado cripto, sendo US$ 63 milhões provenientes de posições em Ethereum. Ordens longas estão sendo encerradas rapidamente, como demonstrado por uma posição de US$ 12,55 milhões que foi liquidada em questão de minutos.
Além disso, o protocolo Aave, líder em empréstimos descentralizados, registrou US$ 258 milhões em liquidações no último mês, enquanto o Sky Protocol viu liquidações menores, somando US$ 7,7 milhões no mesmo período.
O interesse aberto nos mercados de derivativos também está baixo, caindo de US$ 9,9 bilhões para US$ 9,38 bilhões.
O volume total de ETH passível de liquidação na blockchain gira em torno de US$ 1,2 bilhão, sendo que os riscos mais elevados se concentram na faixa entre US$ 1.699 e US$ 1.800. Se a criptomoeda cair para valores abaixo de US$ 1.200, uma nova onda de liquidações pode ser desencadeada.
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