Eu não sou um criminoso, diz Sam Bankman-Fried em entrevista

Eu não sou um criminoso, diz Sam Bankman-Fried em entrevista
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Sam Bankman-Fried (SBF), ex-CEO da FTX, continua defendendo sua versão dos acontecimentos que levaram ao colapso da exchange de criptomoedas.

Em sua primeira entrevista em vídeo desde a prisão, concedida a Tucker Carlson, ele afirmou que a plataforma poderia ter alcançado um valor de US$ 93 bilhões caso não tivesse sido levada à falência.

Segundo SBF, a empresa possuía ativos suficientes para cobrir suas dívidas e teria sobrevivido se não fosse por fatores externos. Assim, ele afirmou que não se vê como um criminoso, mas sim como alguém que tomou decisões erradas.

O ex-bilionário também rebateu rumores sobre o uso de substâncias durante sua ascensão no mercado de criptomoedas. Ele garantiu que nunca esteve sob efeito de Adderall em aparições públicas, mas admitiu que sua mente estava sobrecarregada com a pressão e a quantidade de informações que precisava administrar.

Questionado sobre a filosofia do “altruísmo eficaz”, que defendia antes do colapso da FTX, ele disse ainda acreditar no conceito, mas reconheceu que sua execução pode gerar consequências negativas.

Vida na prisão

Ao falar sobre o ambiente na penitenciária, SBF o descreveu como caótico e difícil, mas afirmou que não sofre ameaças físicas. Seu maior incômodo seria a falta de produtividade e a convivência com dezenas de outros presos, muitos dos quais não teriam mais nada a perder.

Durante a conversa, Sam Bankman-Fried também alegou que enfrenta dificuldades para acompanhar sua defesa legal, pois a rotina da prisão conta com horas em celas de espera e transportes, limitando o acesso a documentos importantes.

Quando questionado sobre como ocupa o tempo, ele contou que tem lido mais, jogado xadrez e tentado contribuir com sua própria apelação judicial dentro do possível.

Sobre a adaptação ao confinamento, Sam Bankman-Fried comentou que sente falta de acesso à internet, não por lazer, mas porque considera a ferramenta essencial para produtividade. Segundo SBF, o tempo longe das telas pode ter melhorado sua aparência, mas não resolveu o problema da falta de propósito dentro da prisão.

O executivo também comentou sobre antigas alianças que se romperam após seu cárcere. Ele afirmou que seu ex-sócio, Ryan Salame, foi pressionado a se declarar culpado e chamou a pena de sete anos recebida por ele de absurda. SBF também mencionou que nenhum de seus ex-colegas de trabalho o visitou na prisão.

Política

Na entrevista, Sam Bankman-Fried abordou sua relação com o mundo político. Ele declarou que, apesar de ter feito doações milionárias ao Partido Democrata, não recebeu apoio quando mais precisou. SBF disse ainda que, pouco antes da falência da FTX, passou a financiar também políticos republicanos, decisão que acredita ter sido um erro.

Além disso, o empresário criticou a SEC dos Estados Unidos, chamando a atuação do ex-presidente Gary Gensler de desastrosa para o mercado cripto. Para ele, o órgão dificultou a regularização das empresas do setor, impossibilitando a conformidade.

O ex-bilionário também falou sobre o futuro das criptomoedas e apontou que os Estados Unidos adotam uma abordagem regulatória mais rígida do que outros países. Assim, ele ressaltou que apenas 5% das atividades cripto globais ocorrem no país, apesar de seu peso no mercado financeiro.

Ao falar sobre o tempo de prisão que ainda tem pela frente, ele afirmou que não se preocupa com aniversários e admitiu que teme não conseguir resistir até o fim da pena, mencionando estudos que indicam que a expectativa de vida de presos pode ser drasticamente reduzida.

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