As novas tarifas de 50% sobre produtos de aço e alumínio importados pelos Estados Unidos (EUA) entraram em vigor à 1h01 desta quarta-feira (4), conforme decreto assinado pelo presidente local, Donald Trump, na véspera.
A medida duplica as tarifas de 25% anunciadas em fevereiro e atinge diretamente as exportações brasileiras, que ocupam o segundo lugar no fornecimento de aço ao mercado norte-americano.
A exceção fica para o Reino Unido, após a assinatura de um acordo comercial bilateral.
“É uma grande honra para mim aumentar as tarifas sobre aço e alumínio de 25% para 50%. Esta será mais uma GRANDE notícia para nossos maravilhosos trabalhadores do setor. FAÇAM A AMÉRICA GRANDE NOVAMENTE!”, escreveu Trump em sua rede social.
Segundo o republicano, a medida protegerá ainda mais a indústria siderúrgica dos EUA. O político destacou que ninguém conseguirá contornar as tarifas impostas.
Impacto no Brasil
Em 2024, o Brasil foi responsável por 14,9% das importações estadunidenses de produtos do grupo “Aço e Ferro”, totalizando US$ 4,677 bilhões. O país ficou atrás apenas do Canadá (24,2%), à frente de México (10,1%), Coreia do Sul (5,9%) e Alemanha (4,6%). Essa é a maior participação brasileira na história do setor no mercado dos EUA.
Os produtos mais exportados estão no “código 72” do sistema harmonizado, que abrange ferro fundido bruto e aço semimanufaturado. O mercado americano é importante para o Brasil: 47,9% das exportações de aço e ferro em 2024 tiveram como destino os Estados Unidos. A China, segunda maior compradora, respondeu por 10,7%.
No total, as importações dos EUA somaram US$ 100 bilhões em 2024. Foram US$ 31,3 bilhões em produtos de aço e ferro, US$ 49,7 bilhões em partes desses materiais e US$ 27,4 bilhões em partes de alumínio. A participação brasileira foi menor nesses dois últimos segmentos: 0,6% e 1%, respectivamente.
Resposta brasileira
Diante da decisão, o governo brasileiro, por meio do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), tem buscado manter o diálogo com as autoridades dos EUA.
O vice-presidente Geraldo Alckmin, titular da pasta, defendeu o entendimento bilateral.
“Entendemos que o caminho não é olho por olho. Se fizer olho por olho, todo mundo fica cego. O caminho no comércio exterior é ganha-ganha”.
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