A administração Trump estaria em negociações para converter parte dos subsídios concedidos à Intel por meio do Chips Act em uma participação acionária de 10% na empresa, segundo fontes da Bloomberg. O valor, estimado em US$ 10 bilhões, corresponderia quase exatamente ao montante de subsídios prometidos à companhia.
A notícia derrubou as ações da Intel em 3,7% na segunda-feira (18), após uma semana anterior de alta com base na expectativa de apoio federal.
O Chips Act já garantiu à Intel US$ 10,9 bilhões em subsídios para produção comercial e militar. Ao converter esse valor em ações, o governo se tornaria um dos principais acionistas da companhia.
David Wagner, gestor da Aptus Capital Advisors, que tem posição acionária na Intel, afirmou que o resgate mostra que “a situação era pior do que o mercado imaginava”.
Além disso, o especialista reconheceu que, apesar de cético sobre o uso de dinheiro público, preferia isso a ver a Intel se tornar uma estatal.
🏭 Fábricas travadas e pressão por resultados
A Intel já garantiu quase US$ 8 bilhões para construir fábricas em Ohio e outros estados, em um plano traçado pelo ex-CEO Pat Gelsinger. No entanto, o novo comandante, Lip-Bu Tan, desacelerou as obras, alegando que só irá construir conforme a demanda.
O suporte federal pode dar fôlego à empresa, mas o problema central segue sendo a falta de competitividade e uma linha de produtos fraca.
Para o estrategista Clark Geranen, da CalBay Investments, a iniciativa mostra que o governo “está usando uma carta à la China para ter mais controle sobre a produção estratégica das empresas”.
Ele pondera que, do ponto de vista liberal, isso é preocupante, mas que as empresas estão jogando o jogo esperando que o mandato atual não dure muito.
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