Alex Mashinsky, ex-CEO da plataforma de criptomoedas Celsius Network, pode ser condenado a até 20 anos de prisão, caso a recomendação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) seja aceita. A sentença está marcada para 8 de maio.
Segundo os promotores federais, Mashinsky foi o principal responsável por um esquema fraudulento de anos, que causou prejuízos bilionários a investidores.
De acordo com um documento de 97 páginas apresentado pelas autoridades ontem, 28 de abril, os usuários da Celsius ficaram sem acesso a US$ 4,7 bilhões em criptomoedas após o bloqueio de saques em junho de 2022, quando a empresa interrompeu suas operações.
Os promotores afirmam que a gravidade do caso exige uma punição exemplar, para desencorajar práticas semelhantes no meio cripto. Para o DOJ, os crimes cometidos por Mashinsky foram premeditados e devastadores. O documento descreve suas ações como uma fraude calculada, que arruinou as economias de milhares de pessoas e causou perdas totais estimadas em US$ 7 bilhões.
Mashinsky declarou-se culpado em dezembro de 2024, assumindo ter manipulado o token CEL e enganado investidores sobre a real segurança dos investimentos na plataforma. Apesar disso, os promotores afirmam que ele se recusou a assumir plena responsabilidade pelos danos causados, chegando a culpar os próprios clientes, os reguladores e o mercado.
Promessas enganosas e práticas arriscadas
A trajetória que levou ao colapso da Celsius começou em 2021, quando a empresa gerenciava US$ 20 bilhões em ativos de clientes. Na época, Mashinsky promovia a plataforma como uma alternativa segura e rentável aos bancos tradicionais. No entanto, segundo o DOJ, por trás das promessas estavam práticas arriscadas de empréstimos sem garantia e o uso indevido dos fundos dos próprios clientes para inflar artificialmente o valor do CEL, token da companhia.
Além de Mashinsky, outras figuras da empresa também foram alvo das autoridades. Roni Cohen-Pavon, ex-diretor de receitas da Celsius, confessou envolvimento na manipulação do mercado e passou a colaborar com a investigação. Já Shlomi Daniel Leon, cofundador e ex-diretor de estratégia da companhia, foi acusado junto com Mashinsky e outro cofundador, Hanoch Goldstein, pela Comissão Federal de Comércio dos EUA. A agência impôs uma multa de US$ 4,7 bilhões à Celsius em julho de 2023.
Durante o período em que prometia estabilidade aos investidores, Mashinsky teria vendido US$ 48 milhões em CEL por valores inflados, enquanto afirmava estar mantendo seus próprios investimentos na plataforma. Em julho de 2022, a Celsius entrou com pedido de falência, deixando milhares de clientes sem acesso aos seus fundos.
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