A Binance está enfrentando uma ação judicial movida por uma ex-executiva da empresa, que alega ter sido demitida de forma injusta após denunciar um possível caso de suborno no ambiente de trabalho.
Entenda o caso
Amrita Srivastava, que ocupava uma posição na plataforma Link da Binance, foi desligada da companhia em maio de 2023, apenas um mês após relatar à gerência a suspeita de que um de seus colegas havia aceitado dinheiro para agilizar a integração de um cliente, disfarçada sob a justificativa de “serviços consultivos”.
Srivastava mencionou em sua declaração no tribunal de trabalho que a pressão para aumentar a receita no setor causava um ambiente “caótico” e que esse contexto levou a ações questionáveis por parte dos funcionários.
Em seu depoimento, ela relatou que descobriu que uma parte da receita da Binance Link vinha de um cliente com supostos vínculos com o Irã.
Em 2022, a Binance foi alvo de reportagens que indicavam que a exchange continuava a atender clientes no Irã, mesmo estando sob sanções dos Estados Unidos, e que processou transações no valor de quase US$ 8 bilhões relacionadas a esse mercado.
Srivastava afirmou que soubera do esquema de suborno por meio de um cliente, que frequentemente viajava ao Reino Unido e informou a ela sobre os pagamentos realizados ao colega de trabalho.
A ex-executiva relatou que não poderia ignorar a situação e se opôs ao comportamento de quem estava fraudando um cliente, mesmo sabendo das consequências.
A defesa
A Binance se defende alegando que a demissão de Srivastava ocorreu por questões relacionadas ao seu desempenho profissional, que já vinha sendo monitorado antes das denúncias de suborno.
A empresa também afirma que, quando a executiva fez a denúncia, a investigação interna sobre o caso estava em andamento e o funcionário acusado de envolvimento no suborno teria deixado a companhia.