O ex-jogador do Corinthians, Jucilei, teria perdido R$ 45 milhões em um esquema de criptomoedas comandado por Francisley Valdevino da Silva, popularmente conhecido como o “Sheik dos Bitcoins”.
O caso foi revelado após investigações da Polícia Federal (PF) que destacaram uma rede de operações fraudulentas através das empresas Rental Coins e Forcount.
A fraude não se limitava ao Brasil, chegando a tocar eventos internacionais e personagens fictícios que deram uma aparência de legitimidade ao esquema.
Um bom ator
Para convencer investidores de alto perfil, Francisley foi além do simples marketing. Segundo as investigações, ele contratou um ator uruguaio, Nestor Nunes, para interpretar “Salvador Molina”, o suposto CEO da Forcount, empresa que se apresentava como uma gigante no mercado de criptomoedas, com sede nos Estados Unidos.
A “Forcount de Salvador Molina” foi lançada com pompa em eventos luxuosos em cidades como Las Vegas, Punta Cana, Panamá e Dubai. A fraude inicialmente enganou investidores no Brasil, mas espalhou-se para a Itália, onde o prejuízo chegou a superar 2 milhões de euros em apenas dois casos em Milão.
A atuação de Nestor Nunes acabou em prisão nos Estados Unidos. O Departamento de Justiça norte-americano concluiu que a Forcount era uma pirâmide financeira que causou perdas de até US$ 50 milhões aos investidores.
Já Francisley teria movimentado R$ 4 bilhões apenas em 2022, com outra empresa do seu portfólio fraudulento, a Interage.
Em agosto de 2024, Francisley foi preso novamente, desta vez no contexto da Operação Maracutaia. As investigações indicam que, mesmo após ser indiciado e submetido a medidas cautelares, ele teria retomado suas atividades, continuando a enganar investidores em esquemas envolvendo criptomoedas.
